sábado, 31 de dezembro de 2011

Viva 2012! Viva a vida! Viva nossa amizade!

               Último dia do ano. Ser Livre agradece a cada pessoa que fez uma visita, mesmo àqueles que o fizeram por descuido, até mesmo por engano. Um agradecimento especial àqueles que gostam de ler as postagens, acompanham o dia a dia do blog e com muito carinho, aos seus seguidores.
                Ser Livre foi visualizado por pessoas de todo o mundo, atravessou as fronteiras do nosso país e chegou aos Estados Unidos, Alemanha, Russia, Portugal, França, Índia, Argentina, Espanha, Grécia, Indonésia e Malásia. Fico feliz pelo carinho de todos vocês e desejo a todos um ano novo recheado de alegria, felicidade, vontade de viver e um coração pleno de amor. 
               Vamos fazer de 2012 um ano de alegria, esta energia que habita o coração de cada ser humano, sua própria natureza. Coroar os momentos com um sorriso brotado da própria fonte, de um recanto puro de prazer que existe em cada um de nós.
               Vamos nos dar as mãos, um aperto bem gostoso selando nossa amizade. Vamos nos dar um abraço e cantar a alegria deste inesquecível momento. Viva 2012! Viva a vida! Viva nossa amizade!
               

domingo, 25 de dezembro de 2011

Em cada um de nós há uma semente assim...

É tempo de semear. 
Em cada vaso um pouco de terra úmida e o presente que o fruto me deu.
Broto rompendo o solo, duas minúsculas folhas, talo verde como sustento.
Vida vicejando, criando ramos, galhos expandindo, uma árvore chegando, sendo.
Em cada um de nós há uma semente assim.

O arco-iris acendeu, veio ficar junto...

As flores se abriram uma a uma, a roseira em festa, celebrando a manhã .
O sol se escondeu por alguns instantes.
Uma neblina fina caiu de leve, mansa, o arco-iris se acendeu, veio ficar junto.

Ser Luz...

Uma luz é o meu guia, diz do que se passa dentro de mim, acende as lamparinas da sala da vida.
Ser com a luz, clarear tudo em volta, tomar consciência de cada detalhe.
Sendo a própria luz posso ver melhor minhas sombras, cuidar para que transitem pacificamente pelo céu azul que a tudo testemunha.
Ser Luz...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Segui-Lo é muito fácil, obedecê-Lo é quase impossível...

          O Homem de maior sucesso na história da humanidade está completando mais um aninho - 2011 velinhas. Expresso o tempo verbal no presente porque Ele continua vivo em cada coração, é só uma questão de consciência, de tomar chegada, olhar na direção certa.
          Comemorar o Natal, o nascimento do Cristo é uma oportunidade de renovar em cada um de nós a consciência por um mundo feliz. Assim queria Jesus, aquele que tomou uma atitude corajosa, enfrentando a força dominadora da época, unicamente para nos mostrar o caminho do amor, tão difícil de ser trilhado nos dias de hoje, onde a violência impera em todos os sentidos.
          Imagino que o retorno deste Homem, já profetizado na atualidade, não seria bem vindo pela grande maioria dos que se dizem seus seguidores. Ainda hoje é muito difícil seguir apenas um de seus dizeres - "amai-vos uns aos outros" ou tentar aplicar a máxima de sua autoria - "não julgueis". 
          De qualquer maneira, ouso apelar para o que há de mais sagrado em cada ser vivente, sua consciência, sua verdadeira consciência e aguardar com esperanças o dia em que todos possam entender o que nos disse o Senhor Jesus. E Ele nos disse o suficiente para fazermos deste planeta o Verdadeiro Paraíso.  
          Segui-Lo é muito fácil, obedecê-Lo é quase impossível.
          


           

Teu olhar...

Alegria, puro existir, efêmero instante, olhos nos olhos teus, 
meu coração desperta, o amor acontece,
brota.
Oh imensa luz! Todas as manhãs juntas!
Brilho de todos os sóis! 

Flor de vida...

Flor de vida, campo espalhando pétalas douradas, 
o sol desponta, banha o vale imenso.
Eu aqui sobre uma pedra, silente, coração aberto à paisagem, 
bebendo o frescor da manhã que aponta.

Travesseiro do sentir...

Debruço minha cabeça nas tuas pernas macias, quentes, travesseiro do sentir.
Tuas mãos repousam sobre meus cabelos, fios deslizando entre os dedos.
O orgasmo brota, cada célula festeja, celebra, se entrega, vibra com a sutileza da tua presença.
É mais um perfume, flores deixando os ramos, chuva sobre o lago, canto da cachoeira, mãos se entregando.

Fomos feitos à imagem e semelhança do Amor Maior.

Sou com a vida e a vida é comigo. Com uma parceria desta natureza tudo se traduz em paz , alegria e uma onda de felicidade que permeia a alma. Sentir o pulsar vital e se enveredar por um caminho pleno de prazer é a nossa natureza primitiva, nosso legado.
Um Ser Divino é o que somos, um pequenino toque interior e tudo se integra, não estamos só. É como se o dia se fizesse noite e o sol brilhasse em plena madrugada.
Uma flor se abre em cada coração e o amor preenche cada espaço do nosso planeta e tudo de unifica pela graça divina que habita em nós.
Fomos feitos à imagem e semelhança do Amor Maior.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Apaixonar-se, mergulhar no desconhecido...

Apaixonar-se, mergulhar no desconhecido sem nenhum retorno.
Aventura vivida por uns poucos corajosos, corações  sedentos, sem medo da dor.
O orgasmo maior, um desmanchar-se em tudo que é, um dissolver-se, se perder sem qualquer sentido.
A vida nos presenteou com tamanha emoção, para em canto encontrar o ser divino, este esquecido num canto qualquer sem nenhuma expressão.
Morremos cedo, muito cedo mesmo, no instante em que decidimos fechar as portas do nosso coração.

A noite silencia meu pranto...

A noite está calma, o silêncio traz bem forte o sussurro das ondas.
A noite silencia meu pranto, as últimas lágrimas deitam suave na face cansada.

Uma dádiva, é merecimento seu...

          Há um espaço de felicidade dentro de cada um de nós. Está sempre ali e não depende de nenhuma condição externa para se manifestar. Simplesmente está a espera de uma quietude de sua parte, para poder se chegar e tomar conta de você.
          Agora ela se expressa através de mim, ilumina meu coração e se expande em todas as direções. Uma calma suave banha a face e se manifesta através de um sorriso em forma de brisa. Trata-se de um sentir muito  frágil, muito sutil, muito silencioso.
          Direciono a você esta abundância de prazer e faço deste momento uma forma de abrir o lotus presente em seu coração. Aceite como uma dádiva, é merecimento seu.

Meditando com o Mestre...

          Osho nos deixou uma infinidade de métodos de meditação. Tem algumas que faço com freqüência e que me fazem muito bem, me deixa mais centrado, mais calmo e abre um espaço de felicidade sem tamanho. 
          Pratico e gosto da Meditação do Hara. Posso fazê-la a qualquer hora do dia, em qualquer lugar, principalmente quando estou sentado, sem nada para fazer. Como sei que pode ajudar a muita gente, compartilho com o público do Ser Livre este método muito simples de meditação.
          MEDITAÇÃO DO HARA
  Método: Sempre que você não tiver nada a fazer, simplesmente sente-se silenciosamente e vá para dentro do espaço do hara, duas polegadas abaixo do umbigo, e permaneça lá.
 "Tornar-se consciente desse centro vai ajudá-lo tremendamente. Assim, quanto mais você permanecer lá, melhor - isso criará um grande centramento nas suas energias de vida. Você simplesmente tem de começar a olhar para dentro dele e ele começará a funcionar. Você começará a sentir que a vida como um todo move-se em torno daquele centro. É no hara que a vida começa e é no hara que a vida termina. Todos os nossos outros centros do corpo estão muito longe; o hara está exatamente no centro - é lá que estamos estabilizados e enraizados. Dessa forma, quando nos tornamos conscientes do hara, muitas coisas começam a acontecer.
           Por exemplo, haverá menos pensamentos, porque a energia não se moverá para a cabeça, ela irá para o hara. "Quanto mais você pensar no hara, quanto mais você se concentrar lá, mais você perceberá uma disciplina surgindo em você. Isso vem naturalmente; não tem de ser forçado.
     Quanto mais consciente do hara você estiver, menos medo da vida e da morte você terá - porque o hara é o centro da vida e da morte. Quando você se torna sintonizado no hara, você pode viver corajosamente. A coragem surge de lá: menos pensamentos, mais silêncio, menos momentos descontrolados, uma disciplina natural, coragem e enraizamento, uma conexão com a terra".
OSHO, This is it, # 8

Conversando com o Mestre...

          Gosto de conversar com meu Mestre. O faço através de suas palestras, seus livros ou mesmo através do coração. Quando ele deixou o corpo nos falou que iria estar mais perto de seus discípulos e é isto que eu sinto. Nós estamos mais próximos.
          Guardo comigo exemplares do Osho Times Internacional, edição em português. Fiz uma consulta ao volume 2, número 10, dezembro de 1991 e compartilho com vocês uma Pepita de Ouro onde ele diz:
          "Uma das leis básicas da vida é que tudo o que é mais elevado é vulnerável. As raízes de uma árvore são muito fortes, mas as flores não. As flores são muito vulneráveis - simplesmente uma brisa forte e a flor pode ser destruída. 
          O mesmo é verdadeiro a respeito da consciência humana. O ódio é muito forte, mas não o amor. O amor é exatamente como uma flor - facilmente esmagada por qualquer pedra, destruída por qualquer animal.
          Os valores mais elevados da vida devem ser protegidos.
          Os valores mais baixos têm uma proteção própria.
          Uma pedra não precisa ser protegida, mas, bem a seu lado, a rosa na roseira tem que ser protegida. A pedra é morta, não pode tornar-se mais morta. Ela não precisa de proteção.
          Mas a rosa é tão viva, tão linda, tão colorida, tão atraente. Esse é o perigo - é a sua força, mas é também um convite ao perigo. Alguém pode colhê-la. Ninguém apanhará a pedra, mas a rosa pode ser colhida".
          

Crescer por um lado, regridir por outro...

Caririaçu já oferece alguns serviços à população próprios de cidade grande. Temos duas academias de ginástica muito bem aparelhadas. Três vezes por semana, logo cedinho, às seis horas da manhã, faço minha hidroginástica na Academia do Isaac. Água aquecida, bem confortável, com a presença de amigos conterrâneos e contemporâneos, todos procurando qualidade de vida.
Na primeira aula me surpreendi rindo, me lembrando dos tempos que tomava banho nos açudes do Flor, da Macaúba e açude Velho. Atolava os pés na lama ao entrar na água, saía nadando ajudado por um cavalete feito do tronco da bananeira. Na piscina é bem diferente, tudo muito limpo, piso firme, água aquecida e tudo obedecendo regras. Mesmo que eu quizesse por os pés nas águas dos açudes hoje, não deveria, todos estão poluídos pelas águas dos esgotos que em nossa cidade correm a céu aberto, pelos riachos que nascem na área urbana.
Se por um lado a cidade cresce em qualidade de vida, por outro lado perde muito no quesito saneamento básico.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

          Recebi hoje, das mãos do Diretor da Escola de Ensino Médio Plácido Aderaldo Castelo, Professor Alberto Pinheiro, um certificado por minha participação como palestrante no III Seminário Caririaçuense de Meio Ambiente, "Solos:  Fonte de Vida, Eqüidade e Sobrevivência do Planeta". Aconteceu pela manhã, no Auditório da Secretaria de Educação de Caririaçu, com a presença de professores, alunos deste estabelecimento de ensino e convidados.
          Quando criança estudei no estão Grupo Escolar Plácido Castelo e fiz saber aos presentes da honra que foi para mim falar para os estudantes que agora têm assento naquela casa do saber. Fiquei impressionado com a recepção que me fizeram e com a forma como se comportaram ouvindo minhas palavras, compartilhando meus sentimentos. 
          Falei sobre a Ecologia Interior, com base nos preceitos adotados pela Unipaz - Universidade da Paz, com sede em Brasília e me espelhei também nos Mestres Osho e  Eckhart Tolle, através dos quais vivi minhas experiências de meditação e centramento. O silêncio vivido durante o acontecimento permitiu que eu transmitisse com sucesso a necessidade de se conhecer a si mesmo antes de tentar conhecer o meio ambiente. Ou quem sabe deixar que estas duas facetas da vida caminhem juntos.
          A vivência me deixou muito sensível, me fez ver o quanto é possível uma virada na vida das pessoas, para melhor, através do conhecimento da sua vida interior. Estar presente conscientemente em tudo que se faz, observar a sua própria casa, como os pensamentos vagueiam, como os sentimentos muitas vezes atrapalham e o que se pode fazer para cuidar do ambiente pessoal, no sentido de se poder viver com qualidade. Tudo de forma simples, de fácil compreensão, com técnicas meditativas ao alcance de todos.
           Fico muito agradecido a Alberto Pinheiro, aos professores, alunos e a todos os presentes, neste dia muito especial para mim. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O feminino toca minha alma e me faz mais vivo.

             As mulheres, acho todas lindas, maravilhosas, sou um apreciador nato de tão bonitas flores. É como se eu fosse um jardineiro cuidando de tantas rosas, inúmeras flores de variados matizes, de coloridos os mais diversos. Nunca vou deixar de gozar o prazer de viver no meio delas. Os olhares me atraem, os sorrisos me encantam e as curvas femininas despertam lá dentro a beleza do animalzinho inquieto que não para de farejar o que há de mais bonito em toda natureza.
            Outro dia estava na varanda da casa de minha mãe e uma garota de curvas bem definidas, dessas que a natureza não fez qualquer economia, passou umas quatro vezes na calçada em frente, vestindo um mini-short branquinho, ousado mesmo. O animal travesso que existe em mim não me deixou quieto, fazendo crescer em mim uma energia própria de um ser vivo que está no mundo para viver o belo intensamente. Não incomodei a garota, nem fiquei sabendo quem ela era, apenas vivi o momento, intensamente. A energia circulou sem qualquer impedimento, sem nenhuma culpa.
            Certa vez uma discípula de Osho disse estar preocupada com seus ciúmes. O seu companheiro era massagista e ela não suportava ver o marido fazer massagem nas mulheres. E ele gostava da profissão. Osho lhe disse para não se preocupar, na verdade, era até uma coisa boa ele gostar de massagear as mulheres. "Quando seu companheiro não se interessar mais por mulheres, aí sim, é motivo de preocupação, porque ele não estará mais interessado em você também".
            A vida é para ser vivida intensamente e o prazer dá um sabor todo especial, é o tempero da vida. O feminino toca minha alma e me faz mais vivo. Agradeço a todas as mulheres que me fazem viver o prazeroso dentro de mim. Muitas nem sabem que me tocaram, não é minha intensão incomodá-las. Sou muito feliz assim.

Minha alma gêmea...

              A mulher da minha vida, minha alma gêmea, dorme comigo todos os dias, está lá em casa, anoitece, amanhece, passa o dia junto de mim. Sou uma pessoa de sorte, também não parei de procura-la por toda minha vida. Agora descansei desta busca. É bom quando isto acontece na vida de uma pessoa.
             A gente leva uma vida normal. Os momentos de alegrias predominam no nosso dia a dia, mas o relacionamento é como o de quase todo mundo, com direito a desentendimentos também. A condição humana está presente na vida de todo casal. De certa forma a gente é mais tolerante, conversa mais, se abre um para o outro e lá no fundo existe um prazer enorme por saber que esta pessoa está por perto e gosta da gente também. Há uma reciprocidade de sentimentos. 

Temo que não haja mais tempo...

Ter o prazer de viver e encontrar a paz num mundo conturbado, repleto de violência. 
É possível?
É um desafio, uma necessidade...
Uma aura de serenidade pode fazer a diferença.
Pessoas descobrindo a paz interior, multiplicando bondade sobre a terra, abrindo espaço para que a harmonia aconteça.
Não há tempo a perder, vamos nos dar as mãos e caminhar a passos largos em direção a uma terra mais humana.
Temo que não haja mais tempo. 

domingo, 11 de dezembro de 2011

Retorno à minha casa e ao seu coração, se me permites...

Retorno à minha casa, o Ser Livre. Retorno para mais um encontro com você, nesta manhã de domingo. O sol está adormecido, ainda não "deu as caras", as nuvens o envolveu, como costumo fazer com o meu cobertor, em noites de frio. Uma esticadinha mais na cama, o corpo pede.
Um pássaro, desperto como eu, me diz que não estou só, ouço seu canto.
As flores amarelas de um arbusto logo ali, junto à murada, balançam suave, ao encanto de uma brisa que lhe toca ternamente. Devem estar apaixonados os dois, sempre os vejo assim, numa dança celestial.
Retorno à minha casa e ao seu coração, se me permites.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Abrir espaço para uma vida mais humana...

Quero acontecer como pessoa humana capaz de tudo perdoar, se doar por inteiro, aceitar tudo que a vida destinar.
Quero ter todos como amigos mesmo que seja mal entendido, receba mal tratos, incompreensão.
Em resposta possa oferecer uma terna gratidão e abençoar a todos indistintamente.
Sei que estou longe de atingir esta meta, mas vou caminhar nesta direção, abrir espaço para uma vida mais humana.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Você é muito mais do que pensa que é...

          A vida emocional é constantemente muito agitada. Se você dá uma pequena parada e observa, dá para ver a agitação acontecendo. Isto gera um desgaste muito grande na energia interna, um desconforto, com prejuízo incalculável, comprometendo a qualidade de vida.
          O que fazer? A primeira coisa é se dar conta. Parar e observar, ficar um pouco de lado do que está acontecendo internamente. Deixar acontecer uma respiração profunda, mais uma, uma outra... Cada vez mais profunda. 
          De repente dá pra saber, experimentando, que você não é a agitação, você não é este desconforto, você é mais uma natureza pacífica, o mar interno está sereno. Isto é você. Procure sintonizar, sempre que possível, com este serenar interno. Pare por alguns segundos durante o decorrer do dia e encontre sua verdadeira natureza. Você começará a gostar mais de você mesmo, a se dar mais valor, a descobrir o prazer de viver, a beleza da vida.
          Você é muito mais do que pensa que é...

A verdadeira alegria é muito simples, é uma doçura...

          A maior bênção que o ser humano pode conquistar é a consciência de que é feliz. Quando criança somos felizes, de forma inconsciente, como os outros animais e as plantas vivem. Já adultos, sentimos uma espécie de nostalgia, um certo desconforto, algo desagradável, sem qualquer motivo, simplesmente porque perdemos a chave da felicidade.
          É importante encontrar esta chave. Ela abre uma porta de um lugar muito bem guardado, esquecido mesmo, que deixamos na infância, de uma época em que fomos felizes, mas não sabíamos. Conheço uma linda canção de Ataulfo Alves, que diz assim:


Eu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos dias de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança

Aos domingos, missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí

Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor, onde andará?

Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia



          Ser feliz de forma consciente é uma bênção e está disponível a toda pessoa que se envereda na busca do tesouro perdido. Nenhuma conquista se compara a esta que nos traz de volta a alegria de viver independente do que aconteça em volta. 
        Esta alegria que está comigo compartilho com todos vocês. Não me pertence, está em todo lugar...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Um passeio pelo campus... Rubem Alves.

          A Clivia, Laelia e o Bruno, meus três primeiros filhos, me acompanharam nos primeiros anos de minha vida de trabalho. Sempre gostei que eles participassem, quando crianças, do meu dia a dia. Por isto mesmo estão sempre me lembrando dos bons tempos que viveram junto do meu trabalho no Departamento de Parques e Jardins e na Universidade de Brasília.
       Recebi da Laelia, já tem algum tempo, um texto muito bonito escrito por Rubem Alves, educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp, e que repasso na íntegra para os amigos do Ser Livre.
                   “Gosto de passear pelo campus da Unicamp, domingos pela manhã, quando o tempo está bonito. Abril, maio, o outono começou, há uma grande tranqüilidade em tudo, o céu azul eterno, as cigarras e o seu zunir enchendo o ar, chamando parceiros para o amor, depois de longos anos que passaram ocultas no fundo da terra escura, o vento está discretamente frio, bom para empinar papagaios, os anus atrevidos soltam seus pios, e ao longe se podem ver os lagos, garças brancas nas margens. Nenhum ruído metálico perturba a calma da natureza, e de quando em quando se vêem crianças correndo.
            Acho que a vida deveria ser assim, um grande jardim, os corpos fazendo amor com os elementos fundamentais da natureza, o sol, a terra, a água, o ar. Porque para isso fomos criados... Não é por acaso que os mitos mais primitivos sonhos da humanidade, dizem que o Criador fez o universo inteiro só para poder, ao final, plantar um jardim. Não, ele não ficou vagando pelos espaços siderais, o céu das estrelas. Preferiu o jardim e andava por lá, gozando as delícias da brisa da tarde. O jardim é a felicidade de Deus, que deve se parecer um pouco com a gente, pois se não parecesse não teria encontrado o fim de sua criação na erotização dos olhos, dos ouvidos, da boca, do nariz, da pele: as cores das plantas, o barulho dos bichos, do vento, das águas, o gosto das frutas, o cheiro das ervas e da terra molhada pela chuva, o arrepio da pele tocada pelo vento frio.
            Quem não entende a linguagem do corpo pensa que a universidade está parada. Que ela acontece só nas salas de aula, nos laboratórios, nas reuniões dos notáveis. Não percebe que é justamente naquela calma tranqüila que ela revela o "para quê" da sua existência: a universidade existe só para ajudar os homens a transformarem os desertos em jardins. Nisto se parece com os mosteiros - universidades primeiras - que construíam seus prédios em torno de um espaço central onde havia uma fonte e as plantas podiam crescer: memórias do paraíso perdido, promessa de se reencontrar o caminho perdido, gozo provisório da felicidade, em meio ao deserto, utopia de um futuro com o qual a humanidade inteira sonha...
            Houve tempo em que universidade era só o lugar para se (de)formar profissionais. Ali entravam os moços, cheios de sonhos, e saiam de saber competente - engenheiros, dentistas, médicos... E quando os filhos recebiam seus diplomas, os pais se preparavam para morrer, missão cumprida, os filhos sobreviveriam, conseguiriam um emprego. O que estava em jogo era a sobrevivência individual de cada um.
            Mas agora sobrevivência individual é coisa muito pequena: a própria sobrevivência do país está em jogo - e até mesmo a sobrevivência da humanidade. É tolice ser um profissional competente se o barco em que se navega está afundando. A competência tem de ser maior, muito maior...
            Curioso que, em nossos programas, não existia nenhum lugar para simplesmente passear pelo campus. Pois não deveria? No jardim está a única justificativa para o sofrimento por que se tem de passar e a disciplina a que se tem de submeter no processo do saber. É preciso não esquecer o sonho, pois, se ele for esquecido, o sofrimento de aprender se torna sem sentido.
            Todo jardim começa com um sonho de amor. Antes que qualquer árvore seja plantada ou qualquer lago seja construído é preciso que as árvores e os lagos tenham nascido dentro da alma. Quem não tem jardins por dentro não planta jardins por fora. E nem passeia por eles...
            Andar pelo campus é recuperar a memória, tomar consciência da única coisa que importa. O mais - ensino, pesquisa, invenções, descobertas - só tem sentido como ferramentas para o plantio e o cultivo do jardim. Mas muita gente aprende tudo sobre pás, enxadas, picaretas e esterco sem nunca chegar a sonhar com o jardim, que é a única finalidade de tudo isto. Brecht dizia que a única finalidade da Ciência é aliviar o sofrimento da existência. Acho que podemos ser um pouco mais otimistas: é criar também a possibilidade de prazer. A própria prática da Ciência pode ser também uma experiência de alegria. Uma das árvores do Paraíso era a árvore do conhecimento - cheia de fascínios...
            Roland Barthes nos lembra que uma das mais importantes atividades que acontecem na universidade tem o nome de seminário. Seminário vem de sêmen, e o sêmen só sai dos seus esconderijos internos numa explosão de amor e prazer...
            Andando pelo jardim é como se estivéssemos andando por um lugar utópico: ali reencontramos os nossos sonhos mais profundos e repetimos: "É assim que queríamos que o mundo todo fosse." Do jardim, lugar do amor, voltamos para a sala de aula e o laboratório, lugares do poder. Saber é poder. Sem o poder do saber o jardim não pode ser plantado.
            Mas as caminhadas, domingos pela manhã, deixam-me triste. Os jardins estão quase vazios. E por todos os lugares, os sinais de desamor dos que andam por ali: as garrafas sobre as águas do lago, os copos de plástico pela grama, os maços vazios de cigarro, latas enferrujadas de refrigerantes. Isso não aconteceria se aquele fosse um espaço amado. Aquilo que fazemos ao jardim revela aquilo que faremos ao espaço maior que habitamos, a cidade, o país. Naquela violência que se faz ao jardim (e no dia seguinte ao dia da Universidade Aberta o espetáculo é indescritível!) - lamento dizer - revela-se um pedaço da nossa alma que já se esqueceu de sonhar e nem sabe cuidar da beleza ao seu redor.
            Talvez que, ao lado de todas as práticas para se criar o necessário saber competente, seria necessário que nossas escolas se dedicassem à educação erótica do corpo e da alma. Sem amor ao pequeno espaço utópico do jardim não será possível esperar que o conhecimento venha, jamais, a ser usado para a construção do grande jardim. Como dizia D. Miguel de Unamuno, "saber por saber é desumano". Ou Ferenezi, um dos pais da psicanálise: "Tal conhecimento é um produto da morte, manifestação de insensibilidade e, portanto, manifestação de loucura." Não, o problema fundamental de nossa educação não está na falta de recursos. O problema está em que não sabemos mais sonhar. Recursos abundantes nas mãos daqueles que se esqueceram de sonhar só podem produzir a morte. Muito saber sem amor é estar possuído por demônios.
            É preciso voltar ao jardim para fazer ressuscitar a educação. O campus está lá, a cada manhã, como um fragmento de utopia. E se é verdade, como sugeriria o matemático Polya, que a solução de todos os problemas tem de começar do fim, eu sugeriria que fosse a partir do jardim que nos puséssemos a pensar no tipo de educação que temos de ter, para produzir coisa tão bela. Espalhar, no ar, num orgasmo de amor, as nossas sementes...”


O verde da minha vida, as paisagens em volta de mim...

       


Não sei se eu estou nas árvores ou se elas estão em mim, talvez as duas coisas...
Esta é a visão da janela do meu quarto, deixo que elas cresçam à vontade, aparo alguns galhos, o suficiente para abrir passagem.






Vamos dar um passeio pelo meu quintal, pelos lugares que costumo passar, pelo verde da minha vida. Vamos começar hoje uma caminhada, é o primeiro passo.






Estes ramos com folhas pendentes pertencem à Oliveira, aquela árvore de frutos arroxeados, pequenos, doces, que caem no inverno e deixam o chão de cor escura. Os sabiás e sanhaços gostam de bicar seus frutos, aparecem aos bandos na época do inverno, logo quando começa o ano. Esta árvore está no meu quintal. Gosto muito do sabor da oliveira. É conhecida também como Jambolão, mais para o sul do país.

Muito obrigado Senhor!

               O homem não pode viver de forma saudável distante da natureza. Ela é o reflexo de sua própria existência mais profunda. Me considero uma pessoa abençoada. Nasci num sítio plantado pelo meu avô, onde ele fazia questão de manter viva a mata em volta da casa onde cheguei ao mundo. Fui criança neste paraíso.
         Fui expulso do Jardim do Éden em busca do conhecimento, precisava "vencer na vida", ser doutor. Conquistei uma profissão, Engenheiro Agrônomo, fui trabalhar em Brasília, técnico responsável pela produção de mudas de plantas para implantação das áreas verdes e ajardinamento da cidade mais moderna do mundo, ela estava nascendo, isto se deu no início do ano de 1970. 
         Depois de dez anos cuidando do verde de Brasília, fui convidado para lecionar na Universidade de Brasília, nos Departamentos de Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal, onde criei a disciplina Parques e Jardins e lecionei as disciplinas Dendrologia e Dasonomia, todas voltadas para o estudo e plantio das árvores e para os cuidados com os elementos vivos da paisagem. 
          O campus da UnB era todo arborizado e ali funcionava parte do meu laboratório prático de trabalho, onde lecionava sob as árvores, grande parte do conteúdo das disciplinas que lecionava. Aprender a reconhecer as árvores, papel importante dos estudantes de Engenharia Florestal nos primeiros semestres do curso. Ali eles tinham contato com as folhas, flores, troncos, cascas e todos os elementos dendrológicos necessários ao aprendizado. 
         Muitas vezes ficávamos sentados sob as árvores, preenchendo as fichas de reconhecimento das espécies, onde constavam todas as características importantes de cada espécie. Aprendia-se na prática, tocando, cheirando, visualizando cada detalhe importante que dava à planta sua identidade própria. Aroeiras, jatobás, amarelos, jacarandás, cássias, ipês, cambuís e uma infinidade de plantas, todas elas descritas e identificadas com a sua nomenclatura científica e nomes populares como eram conhecidas.
         Meu trabalho foi para mim o meu sustento e fonte de prazer. O meu laboratório eram as matas e cerrados da Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília, as áreas verdes do Campus e as áreas verdes da Cidade que ajudei a plantar. Sou muito grato à Existência por ter cuidado de me proporcionar uma vida de trabalho tão prazerosa. Posso dizer que cheguei ao Planeta como convidado especial de Deus. Muito obrigado Senhor!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O mundo que criamos não nos acolhe, é insano...

Doçura, algo muito leve, suave, um ser muito vulnerável, é o que somos.
Um cristal muito delicado.
Uma fragrância.
Tudo isto oculto num corpo forte, em atitudes rígidas, numa vida completamente desligada da fonte.
Fomos muito longe, nos afastamos demais da nossa essência.
Numa luta desenfreada pela sobrevivência descuidamos do essencial, viver.
Tudo que conseguimos não nos completa, é inútil.
O mundo que criamos não nos acolhe, é insano.

É mesmo uma grande piada!

Fico feliz, a felicidade é quando encontro a mim mesmo.
E este mim mesmo não está distante, bem mais próximo do que pensamos.
Viajei muito, dei muitas voltas, um caminho longo demais percorri.
A busca parecia sem fim.
E o mim mesmo estava bem aqui, não o reconhecia.
Uma gargalhada põe fim a caminhada e vejo que não sou o que parecia ser.
É mesmo uma grande piada! 

Uma alegria te toma todo...

A natureza envolve cada uma de nós, assim como o ar que respiramos.
A respiração consciente faz você respirar a natureza também.
Você se embriaga completamente num clima de paz, harmonia e uma alegria te toma todo.
Um sorriso suave brota de você, é você mesmo, sendo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ela está comigo, é sua morada...

Retorno, quero ficar junto, estar em você.
Compartilhar minhas emoções, viajar pelas suas, nos dar as mãos.
Um só coração, o coração do mundo, batendo num só ritmo.
Sentir você me sentindo, abrindo todas as portas, abrigar a vida.
Ela está comigo, é sua morada.
Uma respiração profunda, o ar que entra, o ar que sai, é só sentir.
E sentindo nos unimos, nos tocamos, somos um só viver...

Há tão somente inconsciência, querendo ser, sem Ser...

Dias assim amanhecem para mim, vejo tudo azul...
A alegria toma conta, diz que tudo em volta é só risos.
As árvores, as flores dos arbustos, a relva...
Tudo brilha e acompanha a música que envolve meu coração.
Somos uma só canção tocada sob a batuta do Maestro que a tudo vê e em tudo está.
Não há uma vida separada, desgarrada...
Há tão somente inconsciência, querendo ser, sem Ser.

domingo, 20 de novembro de 2011

Depois vou conversar com você..

Depois vou conversar com você,
te contar como estou,
como sobrevivi.
Fica prá depois, para um outro dia,
aquele que me fará ficar mais perto,
mais junto de você.
Agora respiro novos ares, 
um outro oxigênio, ar mais puro, 
onde descanso da dor sofrida.

Longe de você...

Ainda estou aqui, uma nuvem solitária,
perdida na vastidão do firmamento.
Pequenina, diminuta, só mesmo eu me dou
conta da minha presença,
aqui, perdida.
Uma saudade é meu rastro neste imenso
céu azul, uma dor é meu caminho,
solitário, longe de você.

Uma emoção suave banha a mim e me diz que você é banhado também...

               Estou aqui pensando que faz uma semana que não faço uma postagem, converso com você. Deixei que acontecesse, foi bom, como se diz, dei um tempo.
               Você viajou por outras postagens, descobriu os guardados do Ser Livre, acompanhei através da estatística do blog e vi que há sempre algo novo, mesmo quando se envereda por caminhos já percorridos.
               Estamos todos ligados, um sentimento que preenche minha alma passa pela sua também e é assim que a gente se entende, se completa. Minha alegria é a sua alegria, minha tristeza é a sua tristeza, minha paz faz morada no seu coração também. Somos um só.
               Fiquei uns dias sem dizer nada, mas senti uma ligação muito forte com você que lê estas palavras e viaja através delas pelas veredas dos seus sentimentos. Uma emoção suave banha a mim e me diz que você é banhado também.

domingo, 13 de novembro de 2011

Você é um ser abençoado...

                          Ontem foi meu aniversário. Passei o dia bem na minha como se diz, introspectivo, queria deixar nascer em mim uma outra pessoa. Não sei se consegui, não vi o parto acontecer, é bem provável que a coisa tenha acontecido de forma bem sutil. O que importa é que algo me diz que já não sou o mesmo, na realidade, a gente renasce todos os dias. 
            A data é uma lembrança viva da nossa presença neste plano terreno, com a presença dos amigos nos desejando os melhores acontecimentos e uma vida longa rica em saúde, felicidade, muita luz, paz e alegria. É bom ter amigos neste momento, a gente sabe que não está só e que eles só querem para nós o que há de melhor. Sou muito agradecido a todos eles.
            E que esta data se multiplique por muitos e muitos anos. Este é um desejo interessante e que chamou minha atenção, me fez refletir um pouco mais. De repente percebi que quando se é jovem tem sentido se multiplicar os anos de vida que se deseja para o aniversariante, mas quando se passa dos sessenta a operação mais apropriada é a soma.
            Nesta passagem  que estou empreendendo no momento aqui na terra sou um ser finito, com direito a um nascimento, a uma vida de uns tantos anos e a uma morte, a entrega do corpo de volta à terra onde vivemos. Uma reciclagem necessária à sobrevivência da espécie humana num ambiente de recursos limitados. É bom quando nesta passagem terrena a gente toma consciência da presença de algo eterno dentro de si e vê que tudo é efêmero, nada nos pertence, voltamos de mãos vazias.
            Este presente está aí com você, os amigos te desejam, te relembram, mas não podem te dar. É você que tem que descobrir e agradecer a eles pela lembrança de que você já é feliz por natureza. Reencontrar esta felicidade, se religar à fonte, é o nosso caminhar. E um sorriso bem suave vai te dizer que você chegou. 
            Você é um ser abençoado.
             

Não ser é o bastante...

          O sorriso que fez morada  em mim jorra constantemente e fala de uma coisa chamada felicidade, não fala, sussurra. É de muita paz a sua natureza.
Guarda em si um bem estar admensional, sintoniza com uma fonte inesgotável, me deixa imóvel, com vontade de simplesmente ser.
O querer desaparece, o sorrir toma todo corpo, vai além, se derrama em sua direção. Não posso fazer nada, apenas contemplo a sutileza de um não ser pleno de prazer.

sábado, 12 de novembro de 2011

Feliz Aniversário. A felicidade que está comigo é de vocês também.

          Estou fazendo hoje sessenta e oito anos de idade. Logo cedo dei boas vindas a tão significante data para mim, abri meu coração e dei uma olhadinha nas coisas boas guardadas como recordações, o que me trouxe um dia de muita paz e alegria.
          Recebi muitas mensagens dos amigos através de telefonemas, redes sociais, apertei as mãos dos mais próximos, recebi deliciosos abraços e muitas palavras carinhosas que me deixaram mais vivo e satisfeito com as realizações que empreendi ao longo desses anos.
          Sou grato a todos vocês e posso dizer do fundo da minha alma, a vida vale a pena ser vivida. A presença amiga é muito reconfortante e a lembrança neste dia tão especial para mim é o maior presente. Muito obrigado a todos, desejo em dobro tudo que recebi de vocês. Multiplicar as bemaventuranças recebidas nesta vida é o caminhar de cada um. 
          A felicidade que está comigo é de vocês também.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O mundo é tecido de um fio chamado amor...

               Sou um amigo de fé, um irmão, camarada, como diz Roberto Carlos, ídolo de tantas gerações. Aprendi com meu pai, que reuniu em volta de si um lastro de amigos que fazem questão de enaltecer suas qualidades, valorizar sua pessoa.
               A vida premia a quem passa por ela sabiamente, a quem vê no outro o seu semelhante, e o respeita aceitando suas qualidades e restrições. Cuido para que a bondade dê o tom do que se passa no cotidiano, conduza minhas ações.
               A criança, o jovem, a pessoa madura, a de meia idade, aquelas que já passaram dos sessenta, meus contemporâneos e, em especial, as crianças de idade avançada, os necessitados de maiores cuidados, de muita atenção. Todos são igualmente considerados quando se trata de receber o apoio e o conforto de minha presença.
               O mundo é tecido de um fio chamado amor, que a tudo une, costura e borda com as belíssimas cores do arco iris, presente no coração, fonte inesgotável que permeia toda galáxia onde existimos.

Tadinha da bichinha!

               Gosto de falar dos meus bichinhos, contar um pouco de suas histórias. Certo dia cheguei em Brasília para uma visita a minhas filhas. Nesta época elas não estavam casadas, moravam com a mãe, numa casa no Lago Norte. A Laelia estava com uma cadela mestiça de pincher, muito agitada, não parava num canto. Este animalzinho havia sido encontrado todo mutilado na margem da pista entre o bairro onde moravam e o centro da cidade. Estava muito danificada e minha filha logo a levou para uma clínica veterinária para socorrê-la.
               Não precisa dizer que a Laelia estava muito aflita com a situação da bichinha. Sofria muito com o estado de saúde do animal, ela sempre foi muito apegada aos bichos de estimação, tivemos alguns ao longo do tempo que moramos juntos. 
               Nesta minha viagem a Brasília ela procurava uma pessoa que quisesse adotar a cachorra. Já havia colocado cartazes nos pontos estratégicos do bairro, avisado a amigos, feito uma boa divulgação. Ninguém aparecia, ou quando viam o animal, sem qualquer beleza estética, agitada, uma orelha meio dobrada, o rabinho torto, davam meia volta, não levavam. A mãe da Laelia nunca gostou de animais em casa, já não aguentava o estado de sujeira e cheiro forte, que se espalhou pela área de serviço de sua casa e invadia a cozinha, sempre que se abria a porta. Laelia cada vez mais preocupada com o futuro do animal.
               Sou daqueles pais que quer fazer tudo pelos filhos, sofro quando eles não estão felizes, quero sempre dar um jeitinho nos problemas deles. Este era um grande problema que a Laelia estava passando no momento. Aliado a isto, gosto muito de animais e pensei logo em dar um jeito naquela situação. 
               - Se você quiser, levo a bichinha comigo para Caririaçu, disse para a Laelia. Ela não se conteve de alegria. 
              - Pai, você leva? Ainda ecoa em mim estas suas palavras, carregadas de alívio e ao mesmo tempo cheias de saudades. Ela havia se apegado muito àquele ser.
               - Só tem um problema, o nome da cachorra. No Ceará o povo não costuma dar nome de gente a animais, e aí, como fica? Logo Maria! Foi este o nome que a Laelia lhe deu. Lá em casa minha mulher chama-se Maria, quase todas minhas irmãs têm Maria no nome, como vou explicar que o nome da cachorra é Maria? Esta era a minha preocupação.
              - Pai, quando me vi naquela situação, temendo pela vida dela, vendo a hora ela morrer, de coração partido, fiz uma promessa com Nossa Senhora. Se aquela cadelinha escapasse, poria o nome de Maria. Ela escapou e recebeu o mesmo nome da mãe de Jesus Cristo.
              - Assim tá certo! Como lá o povo é muito religioso, eles logo vão entender, até vão se condoer com a situação vivida pela Maria, à beira da morte. 
              E assim aconteceu, quando me vêem chamar o bicho de Maria, se assustam, mudam logo de cara, mas tudo volta ao normal quando relato todo aquele penoso acidente, o sofrimento da Laelia e a fé que ela teve na Mãe de todos os seres vivos sobre a terra. 
              - Tadinha da bichinha! É o que sempre dizem.

domingo, 6 de novembro de 2011

Meus bichinhos de estimação...São meus xodós, eles e elas...

          Estar com meus bichinhos de estimação, curtir cada um deles. Me deixar ser lambido pelo Léo, ser cheirado pela Maria, permitir que a Pretinha salte sobre minha cintura grudando suas patinhas na minha roupa. Sentir a maciez do pelo do Pancho, deixar que ele se enrosque nos meus pés. Coçar a barriguinha da Mel e vê-lá deitar-se de costas sobre o chão, se entregando por completo às carícias. Passar as mãos sobre a cabeça do Dimitri e receber aquele olhar de gratidão pelos cuidados que dispenso a ele todos os dias. 
          Chegar perto da Cindi, vê-lá deitar-se aos meus pés à espera de um toque em seu corpo, passeando os dedos sobre sua pele à procura de alguns carrapato, que não param de incomodá-lá. Aliviada agradece, cheirando minhas pernas, dando voltas sem parar. Não posso esquecer o olhar pidão da Bibi e o seu balançar de rabo sempre que chego perto. O JB é meio impulsivo, forte, pesado, é o que sinto quando joga sobre mim suas patas enormes, não entendendo ele que o poste aqui já não é tão estabilizado quanto parece. A Lilu fica mordendo carinhosamente minhas calças e de vez em quando fica imóvel à espera de um carinho sobre sua cabeça, passando os dedos sobre seu pescoço, fica gostoso quando acaricio embaixo do queixo, ela fecha os olhos. A Belinha só fica satisfeita quando encosto minha cabeça na sua e ela lambe minhas orelhas, quando quero agradá-lá um pouco mais, me sento do seu lado e dou um abraço de corpo inteiro. O Negão é meio arredio e se contenta com a minha presença, sei pelo balançar da cauda e o cheiro que de vez em quando dá nos meus pés. A Lua é minha companhia por onde ando dentro de casa. É a mais carente e não se arreda dos meus pés. Se entro no banheiro ela fica na porta me esperando sair. Quando quer alguma coisa, me pede roçando suas patas sobre meu braço e rosnando intensamente, até que me disponho atendê-lá. 
          Essa minha turma foi presente da Laelia e da Clivia, minhas filhas que moram em Brasília. Cuidar deles é como se estivesse cuidando delas também. Acariciá-los é como se estivesse acariciando as duas. São meus xodós - eles e elas...

Ser Livre, gostaria de ser...

Não quero me limitar a quatro paredes, sentir as bordas do viver, ser enquadrado num espaço finito. Seria o fim, a vastidão é minha casa. Multiplicar os horizontes, palmilhar cada centímetro quadrado de chão, me aventurar sem deixar nenhuma pegada.
Ser Livre me diz que o impossível é a meta, uma realização própria dos destemidos. Alçar vôos com as próprias asas, deixar-se levar pelas correntezas de ar que não têm destino certo nem constância de velocidade. Se perder por completo, sem esperanças de encontrar o rumo certo. Nesta caminhada a bússola é completamente dispensável.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pai, obrigada por ser meu pai...

          Recebi um Email da minha filha Clivia em resposta a um relato que fiz de um episódio de minha vida que marcou muito e foi para mim um divisor de águas na busca pela tomada de consciência interior. Compartilho com você, leitor do Ser Livre e recebo este retorno de minha filha, que relato abaixo, como um presente de aniversário que vai acontecer no próximo dia 12 deste mês de Novembro.

          "Pai, muito bonito o que vc falou, realmente me emocionei! Profundo mesmo...nunca soube que isso tinha acontecido com vc, era mesmo só um pouco mais velho do que eu. Pai, para aqueles que estão já acordados, aprendem muito com quase nenhuma dor. A dor é necessária para os que vivem dormindo. Só uma pancada muito forte para acordar aqueles que dormem. Para os que estão já no paraíso, tudo é fonte de aprendizado...A minha fase de sofrimento já passou, e se eu ainda sofro, não chega nem perto do sofrimento grande dos que dormem um sono profundo sonhando com a casa, o carro, com a carreira. Estes sonham enquanto a vida vai passando, enquanto o sol brilha todos os dias, os pássaros cantam, as crianças brincam, as árvores balançam, a chuva cai.. 
          Pai, meu querido pai, fique feliz, porque você colocou no mundo três Jesus Cristo...pessoas que vieram para iluminar esse mundo. Quando eu era bem pequena, me lembro que vc me levava pra fazenda da UnB, eu sentia vc muito feliz naquele lugar, cheio de mato, o sol lindo, as árvores... Vc me deu a liberdade de ser criança, nunca gritou comigo, era uma pessoa leve, pai muito carinhoso. Essa alegria, essa vida e essa liberdade eu conservei porque não fui uma criança reprimida, sofrida, triste, amedrontada. Nada disso fez parte da minha infância. Tive a "educação" para me tornar um anjo quando crescesse. A chácara, o contato irrestrito à natureza... Vc e minha mãe nos criaram pra sermos anjos...acho que é a maior alegria que um pai pode ter: criei meu filho pra ser feliz, neste mundo onde praticamente 100 por cento dos pais tentaram isso pros seus filhos, mas, infelizmente, pouquíssimos conseguiram...
          Se sinta o mais abençoado dos pais...Uma frase que vc disse quando eu era pequena e guardo ela com muito amor, incorporei a mim: disse que quando vc veio pro Lago Norte não quis cortar as árvores do lote, porque aquele lugar era a morada delas e elas estavam lá primeiro, deveríamos respeitá-las. Muito lindo isso...fico muito agradecida à vida pelo presente que ela me deu, o dom de ser natural,verdadeiramente autêntica, tentar ajudar um mundo cada vez mais perdido, pessoas longe de si mesmas, nem sabem quem são, pessoas que sofrem muito e por 24 horas. 
          Agora entendo a frase:"servo de Deus". Quando a mente é totalmente limpa de condicionamentos, ilusões, ela passa a ter só Deus. Todo o conjunto mente, corpo, sentimentos passa a ter só Deus. é porque a pessoa morreu, ela não existe mais, sumiu, desapareceu...só restou...DEUS. Estar assim não é estar só feliz o tempo todo, é estar aberto ao que passa por vc, já que vc não existe mais. é viver muito intensamente tudo:o medo, a tristeza, a alegria. É estar VIVO, em paz...A PAZ é constante e contrasta com outras sensações.
          A sabedoria também está presente em alto grau. O tempo todo se aprende com as mínimas coisas. Hoje mesmo, na hora de ir pra casa, ao invés de fazer um caminho mais curto, rápido, fiz um caminho mais longo, mais prazeroso. Desse fato, revelou-se uma verdade universal: muitas vezes o que é mais fácil, não é o que nos conduz à felicidade. Para senti-la, muitas vezes teremos que fazer o caminho mais longo, mais trabalhoso. 
          Já estou imersa na vida, por isso não preciso levar pancadas, chegar ao estado mais profundo pela DOR, ser forçado a me aprofundar. Já estou na profundidade, um aprendizado contínuo. Hoje me dei conta, Pai: descobri a intensidade ainda jovem, terei ainda um bom caminho de luz pela frente aqui na terra...meus olhos se encheram de água. VIDA, OBRIGADA!!!!!O MELHOR PRESENTE QUE ALGUÉM PODE RECEBER!!!!E todos os dias antes de dormir, eu agradeço por TUDO o que a vida me deu: desde o prato de comida até a consciência espiritual, mando luz pra quem precisa e pra  pessoas mais importantes pra mim.
          Pai, obrigada por ser meu pai, obrigada por ser o grande impulsionador da verdadeira felicidade que um pai pode proporcionar a um filho: O ACORDAR!!!!!!!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ser mãe não é fácil não...

Ontem fui ficar com uma pessoa amiga no Hospital Geraldo Botelho, em Caririaçu. Ele estava tomando soro, sentado muito confortavelmente numa poltrona larga. Conversanos, me inteirei do seu estado de saúde, rimos um bocado, pois ele é muito engraçado e tudo leva na brincadeira. Às vezes fico pensando como a doença conseguiu passar uma rasteira nele. Se o milagre existe, é bem capaz de bater à porta desse meu amigo e curar o seu mal. Espero que a força salvadora da Existência chegue até seu coração e faça sua parte. Acredito que a gente só morre no dia por Ela estabelecido. Nem um dia a mais, nem um dia a menos.
Do lado do meu amigo estava uma moça de pele morena, bonita, sempre que nos mostrava sua alegria, tocada pelas bricadeiras que estávamos a levar.
- Por que você está tomando este soro, perguntei.
- Pressão alta, acesso de raiva, me danei com os quatro filhos que tenho para criar, me respondeu ainda aflita.
- Menina, tu nova desse jeito, teu trabalho com estas crianças ainda está começando, e você já assim? Disse, tentando fazê-lá entender que com os filhos a gente vai ter problemas pelo resto da vida. É uma missão, não adianta fazer adoecer o corpo já no começo da empreitada.
Ela encolheu as pernas sobre a poltrona, largou seu corpo de forma relaxada sobre a cadeira, deu mais um sorriso, me parecendo fazer as pazes com a raiva que até então maltratava seu coração de mãe.

domingo, 30 de outubro de 2011

Sua fera, como você está cuidando dela?

          Hoje acordei cedo, fui pro quintal da casa, é bem grande, na minha cidadezinha a gente pode ter um quintal assim. Abri a torneira e deixei a água molhar as raízes do coqueiro. Peguei um coco, retirei a casca, deixei que elas ficassem ali mesmo, tomei a água, estava fresquinha como estava também esta manhã. Comi a "carne" do coco e fui molhar as outras plantas. Dei asas ao meu animal, que gosta de estar junto da terra, sentir o cheiro do mato verde e chão molhado nos pés. Despertei este bicho que vive em mim e que tão pouca atenção tenho lhe dado.
          Cheguei até a cozinha, botei água na jarra para ferver e preparei o meu leite. Estava só, gosto muito da solitude, me passa uma sensação de que não estou só, há uma companhia sempre comigo e tenho certeza vai estar junto, quando o último suspiro acontecer a este corpo. Um sorriso suave me diz, agradeço. Fiz umas torradas e comi junto com uns três sequilhos e dois bolinhos de goma.
          Bem alimentado o meu bichinho. Comecei a pensar como o meu animal foi enjaulado e vive à semelhança de qualquer outro, nos zoológicos deste planeta. São tantas regras, normas, leis, formas permitidas de comportamento tecendo uma grade poderosa em volta dele. Se esse bicho se solta, sei não. Que estrago! Meu Deus!                     
         Sessenta e oito anos vivendo assim! Tudo sob controle, como foi difícil domá-lo! A vida sexual deste bicho, tudo dentro dos padrões permitidos pela Organização Social de sua jurisdição. Suas vontades mais primárias todas sob controle, não se pode facilitar, vai ele faz besteiras. Não se pode confiar. Uma fêmea só é o suficiente para satisfazê-lo por toda vida. A gente dá um jeito. Ela faz sua parte também. E por aí o coitado vai levando a vida, só olhando pras outras, sentindo o cheiro natural do sexo oposto sem poder expressar sua vontade animal. E todos fazendo de conta que tudo está bem, cada um domando sua fera à sua maneira. Sabe-se lá como. Meu Deus!

sábado, 29 de outubro de 2011

Rico é aquele que é satisfeito com o que tem...

          O dinheiro não é uma coisa fácil de lidar, principalmente quando não se tem com fartura. O que seria para mim ter dinheiro com fartura? Sei que para cada pessoa esta medida é diferente.
          Meu primeiro sogro, o seu Cornélio, por exemplo, era uma pessoa muito simples. Tudo estava bom para ele, não tinha qualquer ambição. Viveu da agricultura e plantava numa pequena gleba, de sua propriedade, onde tirava o sustento de sua família: sua esposa e um casal de filhos. 
          Quando jovem, ganhava uns trocados a mais, tocando num fole de oito baixos nas festas que aconteciam nas proximidades de sua cidade. Se divertia muito, era muito solicitado, às vezes não dava conta da demanda. O conjunto musical era formado pelo fole, violão, pandeiro e triângulo. Animava festas de casamentos, batizados, aniversários de gente importante e tudo mais que aparecesse.
          Quando chegou aos sessenta anos de idade se aposentou pelo antigo FUNRURAL. Certa vez, me confidenciou, "você sabe Wagner, tenho a maior vergonha de receber este dinheiro todo mês sem trabalhar, sem fazer nada. Quando chego perto do homem que me dá o dinheiro, fico acanhado, nem olho pra ele direito". O que é isto seu Cornélio, o senhor trabalhou a vida inteira na enxada, produziu, agora vai descansar recebendo esta aposentadoria, eu dizia. Vi as lágrimas rolarem na sua face de tanta felicidade. 
          Ele sabia como multiplicar o salário que recebia para atender o seu sustento e o de sua mulher. Homem feliz aquele, com tão pouco! Era sua medida.Vi em algum lugar:"rico é aquele que é satisfeito com o que tem". Seu Cornélio era milionário...

Sem Osho minha vida não teria sentido...

Osho insistiu muito com a meditação como forma de transformação do homem. Contribuiu muito para o avanço no mundo ocidental pela busca do crescimento interior. Criou os métodos dinâmicos de meditação, voltados para a mente ocidental. Nós somos muito ativos, nossa mente viaja a mil por hora, pula de galho em galho constantemente e, simplesmente sentar-se silenciosamente em posição de lotus, é uma grande tortura. Em primeiro lugar, uma dinâmica corporal, uma catarse, dançar até a exaustão e, finalmente parar todo movimento. Sentir a energia fluindo, observar o movimento interno e silenciar a mente. Neste momento você conhece um outro lado seu, até então desconhecido pela vida agitada e voltada somente para o mundo exterior.
Certa vez, em Puna, na Índia, ao praticar a Meditação Dinâmica, na fase da catarse, minha mente parou, o coração se abriu repentinamente, um mundo silencioso completamente estranho até então, toma conta de mim. Fiquei brincando com aquela situação, ia para a mente, um barulho infernal, descia para o peito, só paz e um silêncio sem fim. Minha caminhada em direção a mim mesmo passou pela prática diária das meditações criadas por Osho, meu Mestre.
Sem Osho minha vida não teria sentido.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Da mente para a não mente, assim diz Osho...

Não posso negar a vida, não posso me esconder da vida, seria negar a mim mesmo.
Às vezes fico pensando estas coisas, vou me perdendo nos pensamentos, são todos muito contraditórios, nenhuma harmonia no pensar.
Mesmo assim observo cada um passar pela tela da mente, chego a rir de tanta confusão, tanta solicitação, um entrelaçar de palavras sem sentido, sem nenhum nexo.
Observo e observo. A respiração se acalma, observo. O ar que entra, o ar que sai, observo...
Uma outra respiração, a tela da mente vazia, escorrego no coração, aí tudo é alegria.
Da mente para a não mente, assim diz Osho.

A paz esteja com você, ela te pertence...

Um dia calmo, silencioso está nascendo para mim. O coração é só silêncio, envolvido por um estado de paz que a tudo contempla. Acordar assim faz de mim uma pessoa de bem com a vida, rica de vitalidade. Ser Livre é assim, um planar por espaços abertos, pleno de liberdade.
A meditação é um estado natural que nos protege da agitação do mundo. É como uma bolha que nos envolve, cuidando desse espaço interno puro de prazer. É uma viagem sem retorno ao reino da felicidade.
Você é o alvo. Quero pousar de mansinho no seu coração. Abra as portas do seu espaço interior e receba esta graça, lhe pertence. Somos um, por isto esta vontade enorme de compartilhar. Se há felicidade em mim, esta luz está em você também. Sorria!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

E aí sim, viver vale à pena...

Assim vou deixando de lado tudo quanto acontece na vida, chamamos de passado...
É bom quando se olha pra trás e não se deixa rastro, nenhum apego.
Vou assim vagando, deixando à deriva tudo quanto acontece.
A vida fica mais leve, por que carregar um peso desnecessário?
Se assim é, compreendo que viver não pesa tanto, por que preocupar-se à toa?
Isto sim, faz da vida um arrastar-se sem qualquer sentido, um fardo difícil de carregar.
Por a carga abaixo, é a melhor atitude, a mais saudável.
Isto só é possível com uma boa dose de determinação, dar um basta.
E aí sim, viver vale à pena.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sou só agradecimentos.

Algo está machucando meu coração. Coisas não resolvidas num passado distante, falta de atenção às minhas indagações, talvez. Não consigo identificar. Um choro por dentro, sem lágrimas, um sofrimento é minha companhia. Não posso escolher não sofrer, está tão incrustrado, tão visceral!
Tremo e temo ao mesmo tempo, tenho medo não sei de que. Talvez de ser vencido por tamanha dor, me preocupo. Não ser eu mesmo, de repente ser a dor, seria o fim de tudo. Não há a quem culpar, não existe uma causa palpável, somente a dor. Observo este estado em mim, uma respiração profunda começa a acontecer. Observo, somente observo. O choro por dentro empurra as lágrimas para fora, sinto o jorrar de uma pequenina fonte banhando meu rosto. Outras lágrimas se sucedem e dizem que não estou só. Mais lágrimas e um suspirar profundo. É como se cuidassem da minha ferida, lavando a chaga do sofrimento.
O choro agora é de compreensão, de agradecimento e me deixa mais calmo. Um pássaro canta e ouço com o coração que sorri pra vida que está sempre pronta a curar os nossos sofrimentos.
Sou só agradecimentos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sinais dos tempos...

Fui de um tempo em que não havia energia elétrica em minha cidade, pelo menos como temos hoje. As luzes na cidade acendiam as seis horas da noite e se apagavam as dez. Não precisa dizer que não tínhamos geladeiras e outros utensílios elétricos. Minha mãe contava que seu tio viajava para Fortaleza para comprar novidades para sua loja. Numa destas viagens, trouxe embalado não sei de que maneira, ela não se lembra deste detalhe, uma pedra de gelo para mostrar aos habitantes da vila. Foi aquele reboliço, todo mundo querendo tocar a pedra gelada. Foi motivo de admiração para muita gente e comentários de toda natureza.
O desenvolvimento fez uma revolução nos costumes de minha geração como uma tsunami. Aprendi a datilografar numa máquina com teclados rígidos, duros, precisava de força nos dedos para registrar uma letra numa folha de papel. Para apagar uma palavra era um sacrifício, com uma borracha que quase sempre deixava marcas no papel, quando não rasgava e tinha-se que começar tudo outra vez.
No IPod vou maciamente tocando de leve sobre um teclado virtual, que, com um simples toque, passo de minúsculas para maiúsculas, aparecem símbolos de toda natureza e, para apagar uma letra, é só clicar num x com uma seta invertida. Até correção na grafia das palavras ele faz, sem contar com inúmeros artifícios, facilitando a edição de textos. É um verdadeiro milagre. Hoje ficou muito fácil se fazer um.

domingo, 23 de outubro de 2011

Viver, somente viver...

          Não quero ensinar nada a ninguém, meu tempo de professor chegou ao fim, me dou por satisfeito. A Internet é uma ferramenta por onde procuro deixar fluir o que se passa dentro de mim e soltar por aí, sem nenhum endereço. Se há uma sintonia com uma outra alma, é mera coincidência, talvez uma benfazeja comunhão.
          Ser Livre navega por águas tranquilas, ao sopro suave do vento e sai por aí brindando a vida com outros corações, em uníssono, um velejar simplesmente conduzido pelo prazer de se dar. Não há pretensão nenhuma numa viagem assim, apenas a beleza de se estar vivo.

A terra que há em mim aprecia...

Há umas coisas ainda agradáveis acontecendo na pequena cidade do interior. Falo da cidade no chão nordestino, minha origem. Levo uma sacola para trazer o pão e encontro pessoas amigas, um bom dia, um cumprimento carinhoso, as fofocas mais recentes, se aproxima o ano de eleições, aí vem novidades que dá para rechear bem o papo.
Na padaria hoje, aqui a gente ainda chama padaria, o que chamou minha atenção, até me surpreendi, foi uma promoção que o padeiro lançou. A cada dois reais de pão, um cupom para concorrer a uma TV. Isto já são coisas da cidade grande, ou dicas do empreendedorismo, artimanhas para vencer a concorrência.
Aos poucos, o cheiro do pão, o encontro com os amigos, aquela caminhada matinal pelas calçadas de pessoas conhecidas, vai perdendo a importância e os habitantes das cidades pequenas, tradicionais, vão mudando seus hábitos e a tradição fica guardada apenas na memória de uns poucos sessentões saudosistas.
Gosto do tradicional que me dá prazer, que reanima a alma, faz reviver eternas e saudáveis lembranças. Minha terra é minha vida. A terra que há em mim aprecia.