sábado, 25 de fevereiro de 2012

O adolescente precisa de segurança para se abrir para o mundo...

          Uma filha ou um filho adolescente tem que estar muito perto de nós, pais. Eles estão muito inseguros, imagino até perdidos, afinal, deixaram para trás a infância, onde tudo era felicidade. Perderam o contato com a inocência e o mundo começa a se revelar. E o mundo nem sempre é muito saudável, agradável de se viver, disponível.
          Nesta fase da vida o colo de pai, o colo de mãe é muito aconchegante e é bom que esteja disponível. Acabei de dar o colo à minha filha, ela estava chorosa, lastimando não ter amigas, mesmo os familiares estavam distantes dela. Pedi para que olhasse para a criança que ela foi, se mirasse na alegria daquela menina tão alegre que há poucos dias estava ali. Sorria para esta criança, pedi. O importante é manter sempre viva esta criança e procure acariciá-la com o seu sorriso, amá-la profundamente.
          Ela chorou, as lágrimas correram frouxas sobre sua face, me deu um abraço e encostou sua cabeça no meu ombro. Chorou aos prantos, me apertou com seus braços e deixei que o amor de pai fosse assentar no seu coração. Ficamos ali por algum tempo. Aos poucos ela foi afrouxando o abraço, enxugou as lágrimas, levantou-se e vi que ela saiu do quarto e foi até sua mãe receber mais carinho.
          O adolescente precisa crescer alimentado pelo amor do pai e da mãe. Precisa conhecer o mundo de mãos dadas com a segurança que ele vê na figura paterna e materna. Amar é se dar e o próximo mais próximo de nós mesmos é a nossa filha, é o nosso filho, as pessoas que fazem o dia-a-dia acontecer juntos.

Toinho - Chega de Saudade.

                 "Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser"... Ouvi ainda garoto esta linda melodia, recém-gravada por João Gilberto, cantada pela alegria de dois jovens recém-chegados a Caririaçu, vindos do Rio de Janeiro. Apaixonados, via-se pelos olhares e a alegria do estar juntos. Falo de Toinho e Myriam, meus tios, casal de namorados, era o que mostravam ser.
                As férias dos dois enchiam de alegria os corações de meu pai e de minha mãe, que os recebiam com toda nobreza que os dois mereciam.
                Agora estou no Sítio Flor, era aqui que eles ficavam sempre que podiam, Toinho matando as saudades da sua infância. No açude de baixo pescava e nas matas do Taquari se adentrava portando uma espingarda em busca de caça. Apenas uma forma de pisar o chão que o viu nascer, beber da frescura do ar que varria suave seu coração de menino saudoso.
                Fiquei sabendo pela voz de Tevinha que você partiu cara amiga Myriam e a primeira lembrança que me visitou foi a que você viveu aqui no Flor, numa das primeiras visitas à nossa terra. Voltei-me para o quintal da minha casa e sob os ramos do pé de oliveira comecei a cantar vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser... Você de vestido branco, rodado, rindo, só alegria, dançando este samba que aprendi com vocês num tempo lá atrás. Cantei até o final, vamos deixar este negócio de você viver sem mim...
                Foi esta a prece que te ofereci. Um buquê de Cana Fístula amarela, cor de ouro, numa árvore logo ali na cerca que chega até o açude das queimadas é um presente que te ofereço neste instante. O canto de uma rolinha “fogo pagou” toca meu coração e me faz lembrar as saudades vividas por Toinho, do Flor e agora de você também...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O simples é o bastante...

O simples é o bastante, simplesmente ser...
O simples nasce do complexo, da loucura que é o complexo, da confusão que você faz de sua vida.
Não há como se chegar ao simples a não ser se enveredando pelo caminho digamos, da loucura.
Do extremo complexo somos jogados no vazio da alma e uma paz familiar nos faz presente.
A nossa natureza é revelada.
Simplesmente ser...

Somos muito mais do que imaginamos ser...

Somos muito mais do que imaginamos ser.
Do outro lado do que imaginamos que somos a vida é bem mais ampla, é de um brilho desproporcional, de uma paz inimaginável.
Apenas um mergulho no desconhecido e uma nova vida será revelada.
Sua natureza, sua essência, pura alegria.
Experimenta!!!

Nenhuma luz interior. E agora?

Não costumamos olhar para o céu, para as nuvens, para as árvores...
Perdemos o olhar singelo de uma criança e vamos por aí como se a beleza não existisse.
O tempo vai passando e mais um dia fora do paraíso...
Inconscientes da presença divina dentro de nós, vamos deixando a vida passar sem qualquer brilho.
Quando menos se espera a hora do retorno chegou e não fizemos nada realmente substancial, sequer contactamos com a alma. E ela estava bem ali, disponível o tempo todo.
Na escuridão do inconsciente perambulamos. Nenhuma luz interior. E agora?