sábado, 6 de agosto de 2011

Um sorrir é meu agradecer...

A vida me presenteou com Tua bondade, com Tua compaixão...
Sou grato.
Quantos espinhos no caminho do viver inconsciente tive que suportar...
Você veio ficar bem perto, não me deixou mais, bebi do cálice de Tua bondade, me embriaguei na suavidade do Teu amor...
O que quero mais? Estou completamente abastecido do viver, do pleno viver que conheci aos estender a Você as minhas mãos...
Um sorrir é meu agradecer...

Calar, calar, por que não?

Calar não posso, por que calar?
Uma compreensão maior me diz que é bom calar. Melhor ainda, ouvir o silêncio dentro de mim.
Não quero acreditar, como experimentar?
Ouço uma música distante, uma suavidade é o seu recado.
Cada nota musical se enveredando numa melodia tocando dentro do meu coração, me aliviando, me deixando mais perto do silenciar...
Calar, calar, por que não?

Meu primeiro encontro com Osho... Puna, Índia, 1989.

          Quando cheguei ao Buddha Hall, no meu primeiro encontro com Osho, fiquei sentado no chão, um piso de mármore branco, tão liso! Tão frio! Uma grande curiosidade e expectativa tomava conta de mim. Umas três mil pessoas ali sentadas também à espera do Mestre. Todas vestidas com um robe branco, tanto homens quanto mulheres, não havia diferença no vestir.
          Ao chegar ao Buddha Hall, duas discípulas, uma de cada lado da entrada, se inclinaram na minha direção e me cheiraram. Não sabia porque. Só depois é que fiquei sabendo que Osho não gostava de sentir o cheiro de perfumes ou mesmo de sabonetes com perfume mais ativo. Não se sentia bem e se a pessoa estivesse perfumada não poderia entrar para o encontro.
          O conjunto musical começou a tocar uma música suave dando início ao encontro daquela noite. Quando Osho chegou eu me decepcionei. Um camarada baixinho, sem graça, foi a minha primeira impressão. Fiz uma viagem de tão distante só para ver esta figura! Bem, não posso fazer nada, entrei na música, na dança e deixei acontecer.
          A música se cala, Osho senta-se na cadeira e fiquei a olhar pra Ele e relaxei. De repente uma suavidade toma conta de mim, um riso sem tamanho me invade, uma alegria que nunca havia sentido se faz presente. Aí eu fui entender porque estava ali. Ele me mostrara o novo dentro de mim.
          Agradeci.

E só sentir é o que importa...

Não sei o que dizer, me vem um sentimento assim...
O que dizer? Melhor calar, seria?
Interrogações povoam minha mente e me afasto mais e mais de mim mesmo...
Um espaço novo vem quando as interrogações se vão.
Um sorriso suave me diz do prazer de estar vivo para ver as interrogações passando, passando...
E só sentir é o que importa.

Não estou só, eu sei...

Não estou só, eu sei...
Não estou só, uma companhia se faz presente.
Sinto que não estou só, um caminhar suave acompanha minha sombra...
Olho para trás não vejo nada.
Sinto passos junto dos meus, uma sombra que não é a minha...
Não estou só, eu sei!

Rreflexo do sol, da lua, não sei...

Procuro a lua, não encontro, já se foi.
Está quase a amanhecer, o frio da noite me diz.
Ainda ontem, nos primeiros passos sem sol,
a lua prateava a estrada, clareava os arbustos.
Um pouco de luz se esconde
dentro de mim, reflexo do sol,
da lua, não sei.

Paródias da vida quase real - finale...

         Gostei de escrever os seis capítulos intitulados "Paródias da vida quase real". Foi uma experiência nova, nascida de uma vontade de expressar um fato muito comum na relação homem/mulher. As palavras vieram muito facilmente tão logo iniciei a narrativa. E logo cheguei ao final com os dois personagens seguindo caminhos distintos. Helena saindo do fundo do poço, bastante machucada emocionalmente e Heitor como se nada tivesse acontecido, apenas um encontro, sem a mínima preocupação em machucar o outro.
         Esta narrativa mostra um acontecimento muito comum na relação homem/mulher e que acontece possivelmente desde que os representantes da espécie humana deram seus primeiros passos sobre a terra, desde que os relacionamentos começaram a acontecer. A atração entre os dois sexos se dá de forma diferente. O homem, geralmente, é mais aventureiro, mais conquistador, galanteador. Busca no sexo oposto satisfazer um impulso animal. Com a mulher  é quase sempre  bem diferente. Ela geralmente é atraída pelo homem pelo encanto, pela beleza, pela possibilidade de viver com o escolhido um romance. Ela pensa num relacionamento duradouro, percebe no outro um companheiro em potencial. 
        Depois que postei os episódios comecei a ler um livro muito interessante denominado "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor" de autoria de Allan e Barbara Pease, 2000, tradução de Neuza M. Simões Capelo. Editora Sextante.
        Os autores pesquisaram muito sobre o assunto, percorreram mais de 400.000 quilômentros durante três anos de pesquisas, estudaram artigos, entrevistaram especialistas  e fizeram palestras e seminários pelo mundo inteiro. "A questão fundamental aqui é simples: homens e mulheres são diferentes. Nem melhores nem piores - apenas diferentes". 
        "Os relacionamentos não dão certo porque os homens não compreendem que as mulheres não podem ser como eles, e as mulheres esperam que os homens se comportem do mesmo modo que elas. A leitura não vai apenas ajudar você a se relacionar com o sexo oposto, mas a se entender. E, como resultado, conseguir uma vida mais feliz, saudável e harmoniosa", dizem  os autores logo na introdução.
       Os autores chegaram a algumas conclusões interessantes sobre a característica promíscua do homem e a fidelidade feminina. "A entusiástica e impulsiva disposição do homem para o sexo tem uma finalidade clara: assegurar a continuidade da espécie humana"... Poderia fazer sexo praticamente em qualquer situação, mesmo sob a ameaça de possíveis inimigos, e sempre que houvesse oportunidade. E concluem dizendo que o homem "precisava também espalhar ao máximo seu sêmen".
         "A maior parte das mulheres quer um relacionamento com um envolvimento emocional maior antes do sexo. A diferença hormonal entre os dois é fator decisivo na diferença de comportamento. Resumindo, para fazer sexo a mulher precisa de motivo, o homem precisa de lugar".
       
         







 

Entre as palavras...

Entre as palavras
            a existência compõe sua sinfonia.

Entre as palavras
            a poesia acontece.

Entre as palavras
            o impronunciável se manifesta.

Entre as palavras...

Tudo passa...

Aceitar. Eis a chave de tudo.
            Vem uma angústia, dá boas
                        vindas, passa.

Somos um bambu oco, simplesmente uma
            passagem, margens recebendo as
                        águas.

Não represar, fluxo contínuo.

            Tudo chega, tudo passa, permita.

O silêncio vem como resposta, uma
            tranqüilidade, uma paz,
                        felicidade se dando conta.

Boa Tarde!

Boa Tarde!

Passa do meio dia, só agora abro as portas do Ser Livre. Vocês ainda não visualizaram o blog o que me deixa mais tranquilo. Acordei mais tarde hoje, não costuma ser assim aos sábados. É que a semana foi muito intensa, movimentada, me sobrou pouco tempo para o descanso.
Não gosto quando tenho que sacrificar o meu tempo de ociosidade, para mim é muito precioso. Cuidar de mim mesmo é dosar cada tarefa evitando atropelos. Não foi o que aconteceu esta semana.
Por isto o cansaço e a necessidade de um descanso no sábado. Bem merecido.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quatro passos em direção ao amor...

          Quando me tornei discípulo de Osho minha vida mudou completamente. Gosto de dizer que se estou vivo, se me sinto vivo, devo a Ele. O velho eu me incomodava demais, me assustava, me roubava a vida. O novo EU me ressuscitou, me fez uma nova pessoa, mais tolerante comigo mesmo, mais amoroso, mais confiante, mais harmonizado.
       Ontem fiz uma postagem sobre o primeiro satsang com o Mestre. Hoje compartilho com vocês palavras de Osho que fizeram crescer em mim o amor. Estou falando de:

 "QUATRO PASSOS EM DIREÇÃO AO AMOR - OSHO.
              1º PASSO: ESTAR AQUI E AGORA.
·         O pensar destrói o sentir. O pensar é sempre do passado ou do futuro.
·         O amor só é possível no aqui e agora. O passado e o futuro são maneiras de se evitar o amor.
·         As pessoas se movem para a cabeça (pensar) e esquecem o coração (sentir).
             2º PASSO: APRENDER A TRANSFORMAR SEUS VENENOS EM MEL.
·         Muitas pessoas amam mas seu amor está muito contaminado por venenos – ódio, ciúme, raiva, possessividade. A pequena luz do amor está envenenada.
·         Quando a raiva (veneno) vier, não faça nada, apenas sente-se silenciosamente e observe. Não coopere com ela e não reprima.
·         O homem bom se torna mau, o homem mau se torna bom; o homem se transforma na mulher e a mulher se transforma no homem; o santo tem momentos de pecador e o pecador tem momentos de santidade. Temos apenas que esperar.
·         Não haja quando a raiva estiver no seu ponto mais alto, ao contrário, se arrependerá, criará uma cadeia de reações e cairá no carma. Negatividade cria negatividade. Quando você estiver com raiva este é o momento de meditar. A raiva cria muita energia dentro de você. A energia é neutra. A mesma energia que pode destruir, pode ser criativa.
·         Aja quando estiver positivo. Não force a positividade, espere que a positividade venha por si mesma.
              3º PASSO: COMPARTILHE.
·         Sempre que o estado for negativo, guarde-o para si mesmo. Sempre que for positivo, compartilhe-o. Isto fará o seu amor fluir como um rio que nasce em seu coração.
·         O amor não é uma propriedade para ser acumulada; é uma radiância, uma fragrância a ser compartilhada. Tire água do poço e mais água fresca corre para dentro do poço. Tudo o que houver de belo em você, jamais o acumule. Compartilhe sua sabedoria, sua oração, seu amor, sua felicidade, seu prazer...
·         Quando der não se importe se será retribuído ou não. Sinta-se grato à pessoa que lhe permitiu compartilhar algo com ela, nem mesmo espere um “muito obrigado”.
·         O compartilhar é uma das maiores virtudes espirituais.
             4º PASSO: SEJA UM NADA.
·         Quando você está vazio, há amor. Quando você está cheio de ego, o amor desaparece. O amor e o ego não podem existir juntos."
       
           O que estou apresentando para vocês é apenas o resumo que fiz de um discurso de Osho sobre o amor. Este resumo eu conduzia comigo para me manter sempre alerta e praticar conscientemente estes passos para fazer crescer em mim a energia amorosa. Me ajudou muito e espero que possa ajudar a você também. 



BOM DIA!

Não sei o que dizer, começo assim o meu Bom Dia para você. Desejar que o novo dia que te abraça nesta manhã seja plena de alegria e novas descobertas já é um bom começo. O resto eu deixo com você. Muita luz, muita paz...

PS. são 5:55 da manhã. Tem alguma coisa errada com esta hora da postagem indicada abaixo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Satsang, meu primeiro encontro com Osho...

       Quando cheguei à Índia pela primeira vez, em dezembro de 1989, fui ao encontro de Osho no dia seguinte, às sete horas da noite. Umas três mil pessoas todas vestidas de branco, o encontro foi no Buddha Hall, local onde se praticavam as meditações diárias.

Buddha Hall auditorium
        Sentei-me quietinho aguardando o inicio do Satsang, o encontro com o Mestre. Um conjunto musical ao vivo, num canto do espaço, começou a tocar uma música inicialmente bem suave que aos poucos acelerava o ritmo, num frenesi incontrolável. De repente a música parava bruscamente e todos gritavam "Oshooooo!". Um retumbar dos tambores, a música acelerava novamente e ao chegar num pico insustentável, parava novamente e os gritos de umas três mil pessoas, todas ao mesmo tempo, "Oshooooo!" Isto se repetia algumas vezes.
Osho brincava com os discípulos, era divertido.

        No meio da barulheira, sem que se desse conta, Osho chegava ao auditório e começava a reger o conjunto musical que o acompanhava pelos movimentos das mãos. Arregalava os olhos e fazia movimentos engraçados em direção à plateia. Brincava um pouco, divertindo seus discípulos apenas com gestos engraçados e depois se sentava numa cadeira bem confortável.

        O conjunto musical silenciava e depois de algum tempo, sob o comando de Osho, começava uma nova música suave e lenta que aos poucos ia aumentando o volume e mais uma vez, sob a tutela de Osho, parava bruscamente. Um silencio, um êxtase e a paz incontida tomava conta do coração. Um estado meditativo só conhecido na presença do Mestre vivo. É impossível descrever. Passado alguns segundos a música reiniciava e isto se repetia umas três vezes.

        Terminado o Satsang, Osho deixava o auditório num Rolls Royce branco e se dirigia para seus aposentos. A partir daí os discípulos ficavam no auditório para ouvirem um dos discursos gravado por Osho. Às vezes eu cochilava e até dormia, me fazia lembrar-se da época de criança quando eu ia à igreja e adormecia durante o sermão.  Terminado o discurso todos se retiravam e ficavam em volta do auditório aguardando outras atividades programadas para a noite ou se saía para jantar num restaurante da cidade.            


  

A felicidade está em suas mãos.

Procure viver bem, não jogue fora sua vida por coisas tão pequenas. Quando vejo pessoas jovens estragando seus minutos, suas horas, seus dias, seus anos numa vida medíocre, preocupadas com pequenas coisas, me dá pena.
Sessenta, setenta, oitentas anos num instante se vão. Você olha para trás e vê que tudo foi muito rápido. O que fiz? É bom quando numa olhada dessas você sente seu coração satisfeito, pleno de prazer por tudo que realizou e a maior alegria vem de dentro, de um espaço que você cuidou carinhosamente, buscando a integração sua com você mesmo.
É possível conhecer a outra vida nesta vida. A felicidade está em suas mãos, a infelicidade também. Ser feliz ou infeliz é uma escolha sua.
Os problemas da vida se resolvem mais facilmente se você está integrado, com os pés no chão, consciente, no aqui/agora, pleno de felicidade. Resolver um problema num momento de muita infelicidade é impossível, você não tem equilíbrio suficiente para dar uma solução.
Se a situação do momento presente não está boa, de duas uma, ou se faz um melho arranjo desta situação ou se parte para uma outra solução. Buscar o equilíbrio externo e interno é um desafio constante na vida. A felicidade depende deste equilíbrio.

O que fiz da vida? Valeu a pena?

Passo rápido, não vejo nada, nem sei o que aconteceu comigo. Dessa maneira sigo a rotina da vida, os anos passam, fico sabendo porque comemoram. Surpresa! Parabéns pra você, nesta data...
Apago as velas, mais velas, um bolo bem grande, muitas velas...
Não tenho fôlego para apagar todas as velas...
O que fiz da vida? Valeu a pena?

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Paródias da vida quase real... seis.

               O que aconteceu com Helena me fez refletir sobre o comportamento masculino frente a uma situação destas. Ela não mais teve notícias do amado. Para ele é como se nada tivesse acontecido, apenas mais um caso. Um momento prazeroso, puro sexo, uma exploração corporal, viajando por cada cantinho sensual da pele morena de tão linda jovem.

        Sussurros, gritos contidos, abraços apertados, intermináveis. Lábios nos lábios tirando o fôlego dos dois. Movimentos inesperados, um rolar na grama, dois animais no cio entregues à volúpia, rompendo desejos. O tempo desaparece, uma noite que parece interminável e ao mesmo tempo efêmera, adoçada pelo prazer de tamanho encanto. Copos desnudos, exaustos, descansando agora. As mãos se tocam, as pernas se cruzam, face roçando a face, olhos cerrados mostrando uma satisfação própria dos amantes.

        No outro dia uma outra página na vida de Heitor, homem acostumado a lidar com a conquista feminina, se gabava. Namorador, umas duas ou três relativamente fixas, visitadas com mais freqüência e, sempre que a ocasião oferecia, uns casos sem nenhum compromisso. Com Helena foi assim. Mais um para a sua coleção, só lembrado nas rodadas de cerveja assim mesmo para provar para os amigos seu lado conquistador.

        De uma maneira geral, este lado animal, sem nenhum uso do racional, parece mais uma condição masculina, mais ativa no homem. Mais sexo, menos romance. A mulher é mais amor, sexo como um complemento, romantizado.

Percepção ...

Assim vou andando, quase parado, quero sentir tudo em volta, observar os passos e o que faço.Quando ando mais rápido, apressado, não me percebo e a inconsciência se apossa de mim, sigo completamente alheio ao que sou. Não é bom quando isto acontece, é vida escorrendo pelo ralo, é o não viver.

Volto na hora de dormir...

É um vazio preenchido com a solidão de muito tempo distante de você, você de mim.
As paredes da casa estão frias,
o ar pesado, difícil respirar, impossível suportar.
Cada móvel esconde sua própria poeira,
pó de muitos dias, acumulado desde o tempo que nos afastamos um do outro.
Inútil removê-lo, perdeu o brilho.
Nenhum canto da casa me serve de refúgio, me dou conta.
Saio, encontro pessoas, faço meu trabalho, esqueço um pouco.
Volto na hora de dormir.

Teu jeito dengoso de roçar em mim...

O vento passa, me traz muitas lembranças.
Imagino tenha vindo de tua direção,
fonte aberta no teu coração.
Teu cheiro vem com ele, tuas carícias,
teu jeito dengoso de roçar em mim.

É vida, esta que vem com o orvalho da manhã...

É vida, esta que vem com o orvalho da manhã.
A folha da grama mostra, são gotas pequeninas,
pérolas brotadas do mais profundo ser.
Me dou conta agora do quanto a vida me dá.
São tantas as manhãs, é só me acordar e num sorriso deixar que tudo aconteça,
me levando sempre em novas descobertas.
Você é mais uma pérola, um pouco da alegria que a vida me trás sorrindo.

Bom Dia!

Uma calma dentro de mim.
Você está bem perto, me abençoando.
Vou aos poucos me acostumando.
Esta paz não é só minha, percebo.
Se você chega a mim e me toca, me sente,
Será abençoado também.
Olhe na direção do seu sentir.
Abra as portas da suavidade, suavemente.
Respire no mesmo compasso, lentamente...
Suavemente seja. Guarde com você, é seu.
Um presente assim, é meu BOM DIA...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A sibipiruna está de folhas novas...

A sibipiruna está  de folhas novas,
                        verde bem claro, a cor do
                                    sentimento amoroso.

            Tanto amor assim, a natureza se dá ,
                        vejo pelos botões que se preparam,
                                    se enchem, se abrindo logo
                        mais em flores amarelas.
           
            Frutos explodindo, ouço seu estalar,
                        lançando bem distante a essência
                                    do amor em pequenas sementes,
                        logo mais grandiosas árvores.

            Alheios a tudo isto, passamos na
                        calçada, distantes da natureza,
                                    da árvore, sua sombra,
                        com medo de amar.


Paródias da vida quase real...cinco.

            Helena amanheceu o dia mais calma, coração batendo macio, no compasso da manhã que se mostrava amena, bem aconchegante. Caminhava pelo jardim olhando as flores, se demorou um pouco mais numa linda touceira de hortênsias junto à janela do seu quarto, um recanto todo seu.

        Helena respirava um ar renovado naquela manhã. Uma atmosfera de paz parecia envolver o ambiente. Agora estava sentada num banco rústico de madeira à sombra de uma enorme mangueira, frutos ainda verdes pendiam dos ramos, quase chegando ao chão. A luz do sol penetrava por entre as folhas, matizando o solo de variadas réstias e uma delas parecia massagear o coração de Helena. Ela nem se deu conta. Uma alegria de natureza sutil foi aos poucos acalmando seu espaço interior, uma paz como há tempos não havia sentido.

        A natureza é uma fonte permanente de bem estar, acolhe com carinho cada ser vivente, transforma instantaneamente o humor de qualquer pessoa. Parece milagre. Se você não está se sentindo bem, se algo dentro de você está te incomodando, caminhe sob as árvores, passeie pelas áreas verdes de um parque, retire-se para um lugar agradável, junto à natureza. É o bastante para te trazer alívio e te abastecer de uma energia renovada, viva.

        Foi o que aconteceu com Helena. De repente, sem que ela se desse conta, seu estado de ânimo não era o mesmo. Sentia-se renovada, de alma nova. Quem poderia ter levado Helena até o jardim? Sua intuição? Uma força maior desconhecida? Seu anjo da guarda? Seu guia espiritual? Seu mestre interior? Não sei, o certo é que Helena neste momento não carregava mais o peso do sofrimento que viveu pelo abandono do seu amado. Parecia que não havia passado por tamanha provação.

        Deu graças a Deus e saiu correndo, de braços abertos, sorrindo, cantando, dançando, completamente entregue à Existência. Um suspiro profundo aliviou completamente seu coração, pronta para partir pra outra.
        A entrega que Helena deixou acontecer dentro de si mesma, o relaxar, a aceitação do sofrimento contou muito para sua transformação. Quando você aceita o momento presente, da forma como ele se apresenta para você, algo novo dentro de você brota. Você procura aquilo que estava te incomodando e não encontra mais. Você fica surpresa, para onde foi esta emoção? Procura e não encontra mais. Isto é transformação e não precisa de nenhum medicamento, é um processo natural. Uma bênção.

Bom Dia!!!

Bom Dia!

É uma luz o meu bom dia para você. Nesta vida conturbada, dominada pelo estresse do dia a dia, uma réstia de luz é sempre bem vinda. Meu coração já deu o sinal de que um feixe de luz já está brilhando em sua direção. RECEBA!

Agora me lembrei de uma das passagens de Seu Lunga. Ele estava dormindo, quando sua mulher desesperada o acorda:
- Lunga! Lunga!
- O que é mulher?
- Tá me dando uma coisa!
- Receba!
- É uma coisa ruim!
- Devolva! Respondeu Lunga na sua costumeira "delicadeza".

A luz da manhã desperta, a luz do coração te envolve, te cura, te leva a paz.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Paródias da vida quase real...quatro.

        O fundo do poço é onde Helena se encontra agora. Um estado psicológico confuso, próprio das situações embaraçosas em que nos envolvemos.
        A intenção da moça foi viver um grande amor, realizar um sonho, com começo, meio e fim. Se entregar e esperar do outro o mesmo compromisso. Na situação que se encontra ela não vê uma saída, só mesmo o amado poderia por fim a tanto sofrimento. A estas alturas nenhum conselho abre qualquer espaço à compreensão. A pessoa está num estado de cegueira tão intenso que se torna avessa a qualquer réstia de luz.
        Ela espera que o príncipe encantado a tome em seus braços e viva com ela o romance tão sonhado. Isto me faz lembrar aquela história que ouvimos contar quando criança, a Bela Adormecida. Bela só despertou quando o galante príncipe subiu numa torre quase intransponível e lhe deu um beijo na face. É uma coisa assim, um estado de sono, o fundo do poço. Um adormecer sem fim, a vida congela para algumas pessoas, esquecem-se de viver.
        Enquanto a pessoa está se torturando, questionando, insatisfeita, batendo nas paredes como se diz, a saída do fundo do poço parece mais fácil de acontecer. É a alma insatisfeita com a situação. Uma pequena luz muitas vezes é o suficiente para clarear o problema e abrir um espaço à compreensão.
        Isto me faz lembrar um grande amigo meu. Estava separado de sua companheira, mas não aceitava a situação. Eu conhecia os dois, ela uma pessoa maravilhosa, bonita também. Quando juntos fazia pouco caso da companheira, saía de casa sozinho para as noitadas e ela ficava cuidando do filho pequeno. Era uma mulher resignada. Sofria com a situação mas procurava viver o melhor possível, continha seus sentimentos para evitar discussões, brigas, desentendimentos.
        Certo dia ele disse pra companheira que estava saindo de casa, precisava dar um tempo, curtir sua liberdade. Conversaram, procuraram se entender, e amigavelmente a separação aconteceu. Passado algum tempo ele se arrependeu e quis voltar. Ela não o aceitou de volta, estava com a vida sossegada, mesmo tendo passado muita dificuldade para aceitar a solidão.
        Meu amigo ficou desesperado, lutou muito para que ela o recebesse de volta, fez de tudo. Ela parecia muito tranquila na sua decisão de não mais voltar. Ele sempre confidenciava comigo sua busca pelo entendimento, pedia para que eu interviesse. Costumava dizer que “no fundo, no fundo ela gosta de mim”. Ela não lhe dava qualquer esperança. Ele foi ao fundo do poço, bebia sem parar, o arrependimento o comia por dentro. Muitas vezes pediu para que eu conversasse com ela, eu o fiz, sem qualquer resultado que o satisfizesse. Ela estava decidida.
        Na última tentativa minha para unir os dois eu perguntei se ela estava interessa numa outra pessoa e sua resposta foi positiva. Daí perdi as esperanças de um final que atendesse aos anseios de meu amigo. Não tive coragem de dizer a ele e procurei por todos os meios dissuadi-lo de suas esperanças. Me dizia sempre que “no fundo, no fundo ela gosta de mim”, e que ele não ia desistir.
        Durou algum tempo esta situação até que um dia ele chega à minha casa muito triste, cabisbaixo, sem vida. E aí, o que aconteceu? Perguntei com brandas palavras. Ele friamente me conta que a viu num jogo do colégio do seu filho com um namorado. Estava radiante, feliz. Ele sofreu a vida toda por ter perdido aquela mulher, aquela que tinha tudo para ser a sua companheira por toda uma vida.
        Ele nunca saiu do fundo do poço mesmo tendo passado por momentos de falsas alegrias nos braços de outras.
        “Você não me ensinou a te esquecer” é uma música de Caetano Veloso que retrata muito bem o fundo do poço de uma pessoa numa situação amorosa semelhante à vivida por Helena e por este meu amigo. “E agora, que faço eu da vida sem você, você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer e te querendo vou tentando te encontrar”...

Bom Dia!
O Ser Livre está de cara nova, fiz umas pequenas mudanças aprendendo a lidar com as técnicas de edição do bloger. É um aprendizado interessante na base da tentativa. Aprendi umas dicas interessantes e que melhorou tanto o aspecto físico quanto as informações que ficaram mais à vista. Acrescentei fotos e disponibilizei um espaço de notícias de uma outra fonte. Sempre pensando em você, na sua satisfação. Espero ter agradado.

domingo, 31 de julho de 2011

Paródias da vida quase real...três.

        O fundo do poço não é uma situação estável, pelo menos para a maioria, nem poderia ser. Tanto sofrimento assim beira a margem do suportável. A alma não se dá por vencida e esta é uma grande verdade. Depois, ela, a alma, não está sozinha, desamparada. Outra verdade é que existe algo superior, uma consciência sempre desperta, viva, vital, ligada eternamente a todas as almas, uma rede incrivelmente estabelecida.

        Infelizmente não nos damos conta no nível de consciência que vivemos, daí o sofrimento. É a ligação divina, uma ligação à fonte, a um Deus que queremos acreditar, mas que está separado de nós pela nossa inconsciência, ignorância. As religiões têm nos ensinado a ter fé, simplesmente acreditar, mas não nos ensina o caminho de como experimentar Deus no dia a dia. Um Deus mais simples que se possa pegar, apalpar, conversar, dialogar. E Ele está logo ali, no Agora como fala Eckhart Tool, no momento presente.

        De repente aquela alegria sem nenhum motivo, simplesmente uma satisfação sem limites, um êxtase, você ligado com a Existência, com Deus, com o Cosmus, à Fonte, como queira chamar. Esta é a energia que buscamos, a iluminação, pura consciência de que você não está só. E só esta companhia lhe satisfaz na totalidade. Nenhum amor como o que costumeiramente vivemos vai nos dá a plenitude. Pode nos dá um começo, uma faísca, necessária para acender em nós a verdadeira chama amorosa, incondicional, fonte eterna do prazer. Você com você mesmo.

        Aí é maravilhoso quando se encontra uma parceira, um parceiro para compartilhar, companheiro de caminhada. Porque você tem tanto, você quer doar.


O caminho de cada um...

Sorrir de tudo, contemplar a vida sorrindo e deixar que a alegria pouse mansinho no seu coração. Um espaço assim nasce como uma semente dentro de você, broto procurando romper as amarras da infelicidade,erva daninha capaz de mudar o rumo de sua vida, apagar a luz que só quer brilhar. Muito cuidado é pouco, vigília constante, adubar em volta do broto, fofar o solo, dar todas as condições para que o viver pleno aconteça.
A busca pela alegria interio é o caminho de cada um.

Caririaçu, minha terra natal, é inverno...

Igreja de São Francisco, bairro Pernambuquinho.
Clique na foto para ampliar.
              Amanhã amanhecerá agosto e minha cidade está em pleno inverno, clima de inverno, frio e cerração, uma neblina suave banhando toda rua, os arredores, toda Serra de São Pedro. Veja!


Bairro Pernambuquinho.



Bairro Paraíso.

Arredores da cidade.

           Com toda esta beleza, potencialidade turística, o Cariri quente está precisando sentir frio, só subir a serra e pronto. Um fim de semana aconchegante, alí bem pertinho.
           Infelizmente nenhuma administração abriu os olhos a esta potencialidade turística. Os caririenses procuram o frio das cidades pernambucanas porque a nossa Serra de São Pedro não oferece este serviço.


Até quando?
Fica aqui o meu desafio.



Vamos exportar prazer e alegria, esta é nossa vocação.