quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Satsang, meu primeiro encontro com Osho...

       Quando cheguei à Índia pela primeira vez, em dezembro de 1989, fui ao encontro de Osho no dia seguinte, às sete horas da noite. Umas três mil pessoas todas vestidas de branco, o encontro foi no Buddha Hall, local onde se praticavam as meditações diárias.

Buddha Hall auditorium
        Sentei-me quietinho aguardando o inicio do Satsang, o encontro com o Mestre. Um conjunto musical ao vivo, num canto do espaço, começou a tocar uma música inicialmente bem suave que aos poucos acelerava o ritmo, num frenesi incontrolável. De repente a música parava bruscamente e todos gritavam "Oshooooo!". Um retumbar dos tambores, a música acelerava novamente e ao chegar num pico insustentável, parava novamente e os gritos de umas três mil pessoas, todas ao mesmo tempo, "Oshooooo!" Isto se repetia algumas vezes.
Osho brincava com os discípulos, era divertido.

        No meio da barulheira, sem que se desse conta, Osho chegava ao auditório e começava a reger o conjunto musical que o acompanhava pelos movimentos das mãos. Arregalava os olhos e fazia movimentos engraçados em direção à plateia. Brincava um pouco, divertindo seus discípulos apenas com gestos engraçados e depois se sentava numa cadeira bem confortável.

        O conjunto musical silenciava e depois de algum tempo, sob o comando de Osho, começava uma nova música suave e lenta que aos poucos ia aumentando o volume e mais uma vez, sob a tutela de Osho, parava bruscamente. Um silencio, um êxtase e a paz incontida tomava conta do coração. Um estado meditativo só conhecido na presença do Mestre vivo. É impossível descrever. Passado alguns segundos a música reiniciava e isto se repetia umas três vezes.

        Terminado o Satsang, Osho deixava o auditório num Rolls Royce branco e se dirigia para seus aposentos. A partir daí os discípulos ficavam no auditório para ouvirem um dos discursos gravado por Osho. Às vezes eu cochilava e até dormia, me fazia lembrar-se da época de criança quando eu ia à igreja e adormecia durante o sermão.  Terminado o discurso todos se retiravam e ficavam em volta do auditório aguardando outras atividades programadas para a noite ou se saía para jantar num restaurante da cidade.            


  

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