sábado, 24 de março de 2012

Eu tive um ídolo em minha vida, é uma memória viva dentro de mim.

               Todos nós temos um ídolo, ou quase todo mundo tem, é o que penso. Ainda criança guardava comigo uma admiração muito especial por uma pessoa de minha família, meu tio, irmão do meu pai. A imagem que ele me passava era de um jovem alegre, de bem com a vida, culto e de invejável independência financeira. Se dava bem com as mulheres e sempre estava bem acompanhado de uma bela senhorita. 
               Seu nome, Antonio Nogueira Machado, Toinho era como todos o chamávamos. Residia no Rio de Janeiro e quase todas as férias passava no seio da família aqui em Caririaçu. Gostava principalmente de caçar, cavalgar e se divertia com os amigos, onde juntos tomavam cerveja sempre acompanhada de um assado que um e outro traziam para satisfazer seu paladar e agradá-lo da melhor maneira possível. Sua estada na pequenina Caririaçu era uma festa, era assim que eu via e sentia quando meu tio aqui estava.
                Meu pai, minha mãe e todos nós esmerávamos em agradá-lo da melhor maneira possível. Criança, meio sem jeito na sua presença, fitava aquela figura singular com grande admiração. Pensava comigo - quando crescer quero ser como meu tio, vou estudar, me formar, arranjar um bom emprego e viver bem, assim como ele. Aquela sua imagem de sucesso em tudo na vida estava sempre viva na minha memória. Meu pai foi o único de todos os irmãos vivos que não concluiu os estudos, vivia da agricultura, sempre com dificuldades financeiras, uma vida "aperriada" como se costumava dizer. Não, eu não queria uma vida como esta, queria ser como meu tio Toinho e esta vontade, muito forte dentro de mim, acompanhou-me por toda formação da minha personalidade.
               Meu tio nunca soube disto, contei apenas para algumas pessoas amigas e hoje quero levar a todos vocês este meu sonho de vida, espelhada numa pessoa a quem ainda hoje tenho uma grande admiração. Esta imagem de sucesso está viva dentro de mim e agradeço de coração a Antonio Nogueira Machado por ter-me guiado, sem qualquer intenção de sua parte, apenas pelo seu comportamento exemplar, demonstrando o carinho pela família, amor pela sua cidade e alegria de viver. 
                Ter um ídolo, para mim, fez-me realizar o grande sonho de minha passagem terrena. Estou muito satisfeito comigo mesmo e passaria com prazer pelo mesmo caminho que trilhei até aqui. A Existência foi muito generosa comigo e me deu tudo na medida dos meus sonhos. Sou muito agradecido.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Assim, não existe talvez...

Talvez esteja eu agora muito próximo de você.
Digo talvez porque sem você só reconheço em mim dúvidas...
Um olhar, que seja seu.
Um sorriso, que venha de sua face.
Um abraço, que seja na sua medida, eu conheço.
O brilho da vida está em mim, com você.
Nos contemplamos, nos conpletamos...
Assim, não existe talvez.

Sou risos...

Assento dentro de mim a dor sofrida.
Uma lágrima diz do momento vivido, rola suave agora.
A dor sofrida me deixou mais real, mais humano, mais amadurecido.
Um suave abraço me dou, me conforta.
A dor sofrida agora é um sorriso suave, contemplo no horizonte a beleza do momento que se chega, agora, depois da dor sofrida.
Sou risos...

Mas, aqui para nós, não estou satisfeito não...

Sou assim, me disseram que eu era assim.
Acreditei, e faço deste assim a minha vida.
Vida?
Sim. Continuam me dizendo que a vida é assim mesmo.
Continuo acreditando, junto com os outros.
Me disseram que todo mundo é assim.
E termino acreditando que seja assim mesmo, se é o que vejo em volta de mim!
Mas, aqui para nós, não estou satisfeito não...