domingo, 13 de novembro de 2011

Você é um ser abençoado...

                          Ontem foi meu aniversário. Passei o dia bem na minha como se diz, introspectivo, queria deixar nascer em mim uma outra pessoa. Não sei se consegui, não vi o parto acontecer, é bem provável que a coisa tenha acontecido de forma bem sutil. O que importa é que algo me diz que já não sou o mesmo, na realidade, a gente renasce todos os dias. 
            A data é uma lembrança viva da nossa presença neste plano terreno, com a presença dos amigos nos desejando os melhores acontecimentos e uma vida longa rica em saúde, felicidade, muita luz, paz e alegria. É bom ter amigos neste momento, a gente sabe que não está só e que eles só querem para nós o que há de melhor. Sou muito agradecido a todos eles.
            E que esta data se multiplique por muitos e muitos anos. Este é um desejo interessante e que chamou minha atenção, me fez refletir um pouco mais. De repente percebi que quando se é jovem tem sentido se multiplicar os anos de vida que se deseja para o aniversariante, mas quando se passa dos sessenta a operação mais apropriada é a soma.
            Nesta passagem  que estou empreendendo no momento aqui na terra sou um ser finito, com direito a um nascimento, a uma vida de uns tantos anos e a uma morte, a entrega do corpo de volta à terra onde vivemos. Uma reciclagem necessária à sobrevivência da espécie humana num ambiente de recursos limitados. É bom quando nesta passagem terrena a gente toma consciência da presença de algo eterno dentro de si e vê que tudo é efêmero, nada nos pertence, voltamos de mãos vazias.
            Este presente está aí com você, os amigos te desejam, te relembram, mas não podem te dar. É você que tem que descobrir e agradecer a eles pela lembrança de que você já é feliz por natureza. Reencontrar esta felicidade, se religar à fonte, é o nosso caminhar. E um sorriso bem suave vai te dizer que você chegou. 
            Você é um ser abençoado.
             

Não ser é o bastante...

          O sorriso que fez morada  em mim jorra constantemente e fala de uma coisa chamada felicidade, não fala, sussurra. É de muita paz a sua natureza.
Guarda em si um bem estar admensional, sintoniza com uma fonte inesgotável, me deixa imóvel, com vontade de simplesmente ser.
O querer desaparece, o sorrir toma todo corpo, vai além, se derrama em sua direção. Não posso fazer nada, apenas contemplo a sutileza de um não ser pleno de prazer.