sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Uma grande vitória...


               Há um momento na vida em que os filhos vão se tornando independentes dos pais. Lembro-me bem dos meus vinte anos, do último dinheiro que pedi para meu pai.
               Eu havia terminado o segundo grau, me considerava apto para assumir minha vida. Meu pai me deu cinquenta mil cruzeiros, isto foi em 1964. Paguei dois meses de pensão em Fortaleza e fui batalhar um emprego. Minhas qualificações: o segundo grau completo e um curso de datilografia.
               Chegando a Fortaleza comecei a procurar trabalho através de anúncios de jornais. Fazia testes e mais testes e nada. Até que um dia, numa livraria, fiz um teste para auxiliar de escritório e ganhei a vaga. Fui ganhar 135.000,00 (cento e trinta e cinco mil cruzeiros) o salário mínimo da época. Pagava 20.000,00 (vinte mil cruzeiros) de pensão e o resto dava para meus gastos e sobrava. Dei uma máquina de costura de última geração para minha mãe, comprei um violão, máquina fotográfica e uma máquina de datilografia - o computador da época. Dava também para minhas diversões - cinema, bailes, cervejinhas etc. e levar adiante meus estudos.
               No final do ano de 1964 passei no concurso da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará e fui ganhar cento e noventa mil cruzeiros. Estava rico. Em 1965 passei no vestibular e foi a minha maior alegria. Durante o curso continuei trabalhando e daí em diante nunca mais pedi dinheiro a meu pai.
               Uma grande vitória...