sábado, 29 de outubro de 2011

Rico é aquele que é satisfeito com o que tem...

          O dinheiro não é uma coisa fácil de lidar, principalmente quando não se tem com fartura. O que seria para mim ter dinheiro com fartura? Sei que para cada pessoa esta medida é diferente.
          Meu primeiro sogro, o seu Cornélio, por exemplo, era uma pessoa muito simples. Tudo estava bom para ele, não tinha qualquer ambição. Viveu da agricultura e plantava numa pequena gleba, de sua propriedade, onde tirava o sustento de sua família: sua esposa e um casal de filhos. 
          Quando jovem, ganhava uns trocados a mais, tocando num fole de oito baixos nas festas que aconteciam nas proximidades de sua cidade. Se divertia muito, era muito solicitado, às vezes não dava conta da demanda. O conjunto musical era formado pelo fole, violão, pandeiro e triângulo. Animava festas de casamentos, batizados, aniversários de gente importante e tudo mais que aparecesse.
          Quando chegou aos sessenta anos de idade se aposentou pelo antigo FUNRURAL. Certa vez, me confidenciou, "você sabe Wagner, tenho a maior vergonha de receber este dinheiro todo mês sem trabalhar, sem fazer nada. Quando chego perto do homem que me dá o dinheiro, fico acanhado, nem olho pra ele direito". O que é isto seu Cornélio, o senhor trabalhou a vida inteira na enxada, produziu, agora vai descansar recebendo esta aposentadoria, eu dizia. Vi as lágrimas rolarem na sua face de tanta felicidade. 
          Ele sabia como multiplicar o salário que recebia para atender o seu sustento e o de sua mulher. Homem feliz aquele, com tão pouco! Era sua medida.Vi em algum lugar:"rico é aquele que é satisfeito com o que tem". Seu Cornélio era milionário...

Sem Osho minha vida não teria sentido...

Osho insistiu muito com a meditação como forma de transformação do homem. Contribuiu muito para o avanço no mundo ocidental pela busca do crescimento interior. Criou os métodos dinâmicos de meditação, voltados para a mente ocidental. Nós somos muito ativos, nossa mente viaja a mil por hora, pula de galho em galho constantemente e, simplesmente sentar-se silenciosamente em posição de lotus, é uma grande tortura. Em primeiro lugar, uma dinâmica corporal, uma catarse, dançar até a exaustão e, finalmente parar todo movimento. Sentir a energia fluindo, observar o movimento interno e silenciar a mente. Neste momento você conhece um outro lado seu, até então desconhecido pela vida agitada e voltada somente para o mundo exterior.
Certa vez, em Puna, na Índia, ao praticar a Meditação Dinâmica, na fase da catarse, minha mente parou, o coração se abriu repentinamente, um mundo silencioso completamente estranho até então, toma conta de mim. Fiquei brincando com aquela situação, ia para a mente, um barulho infernal, descia para o peito, só paz e um silêncio sem fim. Minha caminhada em direção a mim mesmo passou pela prática diária das meditações criadas por Osho, meu Mestre.
Sem Osho minha vida não teria sentido.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Da mente para a não mente, assim diz Osho...

Não posso negar a vida, não posso me esconder da vida, seria negar a mim mesmo.
Às vezes fico pensando estas coisas, vou me perdendo nos pensamentos, são todos muito contraditórios, nenhuma harmonia no pensar.
Mesmo assim observo cada um passar pela tela da mente, chego a rir de tanta confusão, tanta solicitação, um entrelaçar de palavras sem sentido, sem nenhum nexo.
Observo e observo. A respiração se acalma, observo. O ar que entra, o ar que sai, observo...
Uma outra respiração, a tela da mente vazia, escorrego no coração, aí tudo é alegria.
Da mente para a não mente, assim diz Osho.

A paz esteja com você, ela te pertence...

Um dia calmo, silencioso está nascendo para mim. O coração é só silêncio, envolvido por um estado de paz que a tudo contempla. Acordar assim faz de mim uma pessoa de bem com a vida, rica de vitalidade. Ser Livre é assim, um planar por espaços abertos, pleno de liberdade.
A meditação é um estado natural que nos protege da agitação do mundo. É como uma bolha que nos envolve, cuidando desse espaço interno puro de prazer. É uma viagem sem retorno ao reino da felicidade.
Você é o alvo. Quero pousar de mansinho no seu coração. Abra as portas do seu espaço interior e receba esta graça, lhe pertence. Somos um, por isto esta vontade enorme de compartilhar. Se há felicidade em mim, esta luz está em você também. Sorria!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

E aí sim, viver vale à pena...

Assim vou deixando de lado tudo quanto acontece na vida, chamamos de passado...
É bom quando se olha pra trás e não se deixa rastro, nenhum apego.
Vou assim vagando, deixando à deriva tudo quanto acontece.
A vida fica mais leve, por que carregar um peso desnecessário?
Se assim é, compreendo que viver não pesa tanto, por que preocupar-se à toa?
Isto sim, faz da vida um arrastar-se sem qualquer sentido, um fardo difícil de carregar.
Por a carga abaixo, é a melhor atitude, a mais saudável.
Isto só é possível com uma boa dose de determinação, dar um basta.
E aí sim, viver vale à pena.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sou só agradecimentos.

Algo está machucando meu coração. Coisas não resolvidas num passado distante, falta de atenção às minhas indagações, talvez. Não consigo identificar. Um choro por dentro, sem lágrimas, um sofrimento é minha companhia. Não posso escolher não sofrer, está tão incrustrado, tão visceral!
Tremo e temo ao mesmo tempo, tenho medo não sei de que. Talvez de ser vencido por tamanha dor, me preocupo. Não ser eu mesmo, de repente ser a dor, seria o fim de tudo. Não há a quem culpar, não existe uma causa palpável, somente a dor. Observo este estado em mim, uma respiração profunda começa a acontecer. Observo, somente observo. O choro por dentro empurra as lágrimas para fora, sinto o jorrar de uma pequenina fonte banhando meu rosto. Outras lágrimas se sucedem e dizem que não estou só. Mais lágrimas e um suspirar profundo. É como se cuidassem da minha ferida, lavando a chaga do sofrimento.
O choro agora é de compreensão, de agradecimento e me deixa mais calmo. Um pássaro canta e ouço com o coração que sorri pra vida que está sempre pronta a curar os nossos sofrimentos.
Sou só agradecimentos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sinais dos tempos...

Fui de um tempo em que não havia energia elétrica em minha cidade, pelo menos como temos hoje. As luzes na cidade acendiam as seis horas da noite e se apagavam as dez. Não precisa dizer que não tínhamos geladeiras e outros utensílios elétricos. Minha mãe contava que seu tio viajava para Fortaleza para comprar novidades para sua loja. Numa destas viagens, trouxe embalado não sei de que maneira, ela não se lembra deste detalhe, uma pedra de gelo para mostrar aos habitantes da vila. Foi aquele reboliço, todo mundo querendo tocar a pedra gelada. Foi motivo de admiração para muita gente e comentários de toda natureza.
O desenvolvimento fez uma revolução nos costumes de minha geração como uma tsunami. Aprendi a datilografar numa máquina com teclados rígidos, duros, precisava de força nos dedos para registrar uma letra numa folha de papel. Para apagar uma palavra era um sacrifício, com uma borracha que quase sempre deixava marcas no papel, quando não rasgava e tinha-se que começar tudo outra vez.
No IPod vou maciamente tocando de leve sobre um teclado virtual, que, com um simples toque, passo de minúsculas para maiúsculas, aparecem símbolos de toda natureza e, para apagar uma letra, é só clicar num x com uma seta invertida. Até correção na grafia das palavras ele faz, sem contar com inúmeros artifícios, facilitando a edição de textos. É um verdadeiro milagre. Hoje ficou muito fácil se fazer um.

domingo, 23 de outubro de 2011

Viver, somente viver...

          Não quero ensinar nada a ninguém, meu tempo de professor chegou ao fim, me dou por satisfeito. A Internet é uma ferramenta por onde procuro deixar fluir o que se passa dentro de mim e soltar por aí, sem nenhum endereço. Se há uma sintonia com uma outra alma, é mera coincidência, talvez uma benfazeja comunhão.
          Ser Livre navega por águas tranquilas, ao sopro suave do vento e sai por aí brindando a vida com outros corações, em uníssono, um velejar simplesmente conduzido pelo prazer de se dar. Não há pretensão nenhuma numa viagem assim, apenas a beleza de se estar vivo.

A terra que há em mim aprecia...

Há umas coisas ainda agradáveis acontecendo na pequena cidade do interior. Falo da cidade no chão nordestino, minha origem. Levo uma sacola para trazer o pão e encontro pessoas amigas, um bom dia, um cumprimento carinhoso, as fofocas mais recentes, se aproxima o ano de eleições, aí vem novidades que dá para rechear bem o papo.
Na padaria hoje, aqui a gente ainda chama padaria, o que chamou minha atenção, até me surpreendi, foi uma promoção que o padeiro lançou. A cada dois reais de pão, um cupom para concorrer a uma TV. Isto já são coisas da cidade grande, ou dicas do empreendedorismo, artimanhas para vencer a concorrência.
Aos poucos, o cheiro do pão, o encontro com os amigos, aquela caminhada matinal pelas calçadas de pessoas conhecidas, vai perdendo a importância e os habitantes das cidades pequenas, tradicionais, vão mudando seus hábitos e a tradição fica guardada apenas na memória de uns poucos sessentões saudosistas.
Gosto do tradicional que me dá prazer, que reanima a alma, faz reviver eternas e saudáveis lembranças. Minha terra é minha vida. A terra que há em mim aprecia.