sábado, 12 de novembro de 2011

Feliz Aniversário. A felicidade que está comigo é de vocês também.

          Estou fazendo hoje sessenta e oito anos de idade. Logo cedo dei boas vindas a tão significante data para mim, abri meu coração e dei uma olhadinha nas coisas boas guardadas como recordações, o que me trouxe um dia de muita paz e alegria.
          Recebi muitas mensagens dos amigos através de telefonemas, redes sociais, apertei as mãos dos mais próximos, recebi deliciosos abraços e muitas palavras carinhosas que me deixaram mais vivo e satisfeito com as realizações que empreendi ao longo desses anos.
          Sou grato a todos vocês e posso dizer do fundo da minha alma, a vida vale a pena ser vivida. A presença amiga é muito reconfortante e a lembrança neste dia tão especial para mim é o maior presente. Muito obrigado a todos, desejo em dobro tudo que recebi de vocês. Multiplicar as bemaventuranças recebidas nesta vida é o caminhar de cada um. 
          A felicidade que está comigo é de vocês também.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O mundo é tecido de um fio chamado amor...

               Sou um amigo de fé, um irmão, camarada, como diz Roberto Carlos, ídolo de tantas gerações. Aprendi com meu pai, que reuniu em volta de si um lastro de amigos que fazem questão de enaltecer suas qualidades, valorizar sua pessoa.
               A vida premia a quem passa por ela sabiamente, a quem vê no outro o seu semelhante, e o respeita aceitando suas qualidades e restrições. Cuido para que a bondade dê o tom do que se passa no cotidiano, conduza minhas ações.
               A criança, o jovem, a pessoa madura, a de meia idade, aquelas que já passaram dos sessenta, meus contemporâneos e, em especial, as crianças de idade avançada, os necessitados de maiores cuidados, de muita atenção. Todos são igualmente considerados quando se trata de receber o apoio e o conforto de minha presença.
               O mundo é tecido de um fio chamado amor, que a tudo une, costura e borda com as belíssimas cores do arco iris, presente no coração, fonte inesgotável que permeia toda galáxia onde existimos.

Tadinha da bichinha!

               Gosto de falar dos meus bichinhos, contar um pouco de suas histórias. Certo dia cheguei em Brasília para uma visita a minhas filhas. Nesta época elas não estavam casadas, moravam com a mãe, numa casa no Lago Norte. A Laelia estava com uma cadela mestiça de pincher, muito agitada, não parava num canto. Este animalzinho havia sido encontrado todo mutilado na margem da pista entre o bairro onde moravam e o centro da cidade. Estava muito danificada e minha filha logo a levou para uma clínica veterinária para socorrê-la.
               Não precisa dizer que a Laelia estava muito aflita com a situação da bichinha. Sofria muito com o estado de saúde do animal, ela sempre foi muito apegada aos bichos de estimação, tivemos alguns ao longo do tempo que moramos juntos. 
               Nesta minha viagem a Brasília ela procurava uma pessoa que quisesse adotar a cachorra. Já havia colocado cartazes nos pontos estratégicos do bairro, avisado a amigos, feito uma boa divulgação. Ninguém aparecia, ou quando viam o animal, sem qualquer beleza estética, agitada, uma orelha meio dobrada, o rabinho torto, davam meia volta, não levavam. A mãe da Laelia nunca gostou de animais em casa, já não aguentava o estado de sujeira e cheiro forte, que se espalhou pela área de serviço de sua casa e invadia a cozinha, sempre que se abria a porta. Laelia cada vez mais preocupada com o futuro do animal.
               Sou daqueles pais que quer fazer tudo pelos filhos, sofro quando eles não estão felizes, quero sempre dar um jeitinho nos problemas deles. Este era um grande problema que a Laelia estava passando no momento. Aliado a isto, gosto muito de animais e pensei logo em dar um jeito naquela situação. 
               - Se você quiser, levo a bichinha comigo para Caririaçu, disse para a Laelia. Ela não se conteve de alegria. 
              - Pai, você leva? Ainda ecoa em mim estas suas palavras, carregadas de alívio e ao mesmo tempo cheias de saudades. Ela havia se apegado muito àquele ser.
               - Só tem um problema, o nome da cachorra. No Ceará o povo não costuma dar nome de gente a animais, e aí, como fica? Logo Maria! Foi este o nome que a Laelia lhe deu. Lá em casa minha mulher chama-se Maria, quase todas minhas irmãs têm Maria no nome, como vou explicar que o nome da cachorra é Maria? Esta era a minha preocupação.
              - Pai, quando me vi naquela situação, temendo pela vida dela, vendo a hora ela morrer, de coração partido, fiz uma promessa com Nossa Senhora. Se aquela cadelinha escapasse, poria o nome de Maria. Ela escapou e recebeu o mesmo nome da mãe de Jesus Cristo.
              - Assim tá certo! Como lá o povo é muito religioso, eles logo vão entender, até vão se condoer com a situação vivida pela Maria, à beira da morte. 
              E assim aconteceu, quando me vêem chamar o bicho de Maria, se assustam, mudam logo de cara, mas tudo volta ao normal quando relato todo aquele penoso acidente, o sofrimento da Laelia e a fé que ela teve na Mãe de todos os seres vivos sobre a terra. 
              - Tadinha da bichinha! É o que sempre dizem.

domingo, 6 de novembro de 2011

Meus bichinhos de estimação...São meus xodós, eles e elas...

          Estar com meus bichinhos de estimação, curtir cada um deles. Me deixar ser lambido pelo Léo, ser cheirado pela Maria, permitir que a Pretinha salte sobre minha cintura grudando suas patinhas na minha roupa. Sentir a maciez do pelo do Pancho, deixar que ele se enrosque nos meus pés. Coçar a barriguinha da Mel e vê-lá deitar-se de costas sobre o chão, se entregando por completo às carícias. Passar as mãos sobre a cabeça do Dimitri e receber aquele olhar de gratidão pelos cuidados que dispenso a ele todos os dias. 
          Chegar perto da Cindi, vê-lá deitar-se aos meus pés à espera de um toque em seu corpo, passeando os dedos sobre sua pele à procura de alguns carrapato, que não param de incomodá-lá. Aliviada agradece, cheirando minhas pernas, dando voltas sem parar. Não posso esquecer o olhar pidão da Bibi e o seu balançar de rabo sempre que chego perto. O JB é meio impulsivo, forte, pesado, é o que sinto quando joga sobre mim suas patas enormes, não entendendo ele que o poste aqui já não é tão estabilizado quanto parece. A Lilu fica mordendo carinhosamente minhas calças e de vez em quando fica imóvel à espera de um carinho sobre sua cabeça, passando os dedos sobre seu pescoço, fica gostoso quando acaricio embaixo do queixo, ela fecha os olhos. A Belinha só fica satisfeita quando encosto minha cabeça na sua e ela lambe minhas orelhas, quando quero agradá-lá um pouco mais, me sento do seu lado e dou um abraço de corpo inteiro. O Negão é meio arredio e se contenta com a minha presença, sei pelo balançar da cauda e o cheiro que de vez em quando dá nos meus pés. A Lua é minha companhia por onde ando dentro de casa. É a mais carente e não se arreda dos meus pés. Se entro no banheiro ela fica na porta me esperando sair. Quando quer alguma coisa, me pede roçando suas patas sobre meu braço e rosnando intensamente, até que me disponho atendê-lá. 
          Essa minha turma foi presente da Laelia e da Clivia, minhas filhas que moram em Brasília. Cuidar deles é como se estivesse cuidando delas também. Acariciá-los é como se estivesse acariciando as duas. São meus xodós - eles e elas...

Ser Livre, gostaria de ser...

Não quero me limitar a quatro paredes, sentir as bordas do viver, ser enquadrado num espaço finito. Seria o fim, a vastidão é minha casa. Multiplicar os horizontes, palmilhar cada centímetro quadrado de chão, me aventurar sem deixar nenhuma pegada.
Ser Livre me diz que o impossível é a meta, uma realização própria dos destemidos. Alçar vôos com as próprias asas, deixar-se levar pelas correntezas de ar que não têm destino certo nem constância de velocidade. Se perder por completo, sem esperanças de encontrar o rumo certo. Nesta caminhada a bússola é completamente dispensável.