segunda-feira, 13 de junho de 2011

Negócio de Banco.

          Seu Pedro era um senhor muito correto em tudo na vida. Homem de palavra e de pouca conversa, só o essencial. Era muito trabalhador, proprietário de boas terras à beira de um rio, onde mantinha lavouras e pasto farto para o seu rebanho. Tudo adquirido e mantido com o suor do seu rosto. Dinheiro para as despesas só quando vendia a produção ou quando negociava umas cabeças de gado. Nunca procurou ajuda financeira de qualquer natureza.
         Morava numa casa grande, frente sombreada por uma árvore enorme, galhos cobrindo parte do telhado. Lugar preferido para seu descanso após o almoço, onde costumava deitar-se sobre um banco largo feito de timbauba. Era um sono só, reparador.
         Certo dia, ao acordar do seu descanso, chega à sua morada um jovem rapaz muito bem arrumado, com uma pasta pendurada numa das mãos e o cumprimentou.
         - Boa tarde Seu Pedro!
         - Boa tarde, se chegue mais perto, vamos sentar, tomar um café, falou Seu Pedro.
        O rapaz perguntou como iam os negócios, o que esperava do inverno, como estava a família e por fim falou do motivo de sua visita. Era funcionário do Banco e estava ali para oferecer para os agricultores daquela localidade empréstimos agrícolas com inúmeras vantagens. Se esmerou na conversa e de tudo fez para que Seu Pedro assinasse a proposta de crédito. Falou ainda por um bom tempo e quando não tinha mais o que dizer, ouviu do Seu Pedro:
         Moço, você está vendo este banco? Todo dia me deito em cima dele e tiro um cochilo. Quando acordo, o corpo está todo dolorido. Imagine o senhor com um banco todo dia em cima de mim!
       

        

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