segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ser mãe não é fácil não...

Ontem fui ficar com uma pessoa amiga no Hospital Geraldo Botelho, em Caririaçu. Ele estava tomando soro, sentado muito confortavelmente numa poltrona larga. Conversanos, me inteirei do seu estado de saúde, rimos um bocado, pois ele é muito engraçado e tudo leva na brincadeira. Às vezes fico pensando como a doença conseguiu passar uma rasteira nele. Se o milagre existe, é bem capaz de bater à porta desse meu amigo e curar o seu mal. Espero que a força salvadora da Existência chegue até seu coração e faça sua parte. Acredito que a gente só morre no dia por Ela estabelecido. Nem um dia a mais, nem um dia a menos.
Do lado do meu amigo estava uma moça de pele morena, bonita, sempre que nos mostrava sua alegria, tocada pelas bricadeiras que estávamos a levar.
- Por que você está tomando este soro, perguntei.
- Pressão alta, acesso de raiva, me danei com os quatro filhos que tenho para criar, me respondeu ainda aflita.
- Menina, tu nova desse jeito, teu trabalho com estas crianças ainda está começando, e você já assim? Disse, tentando fazê-lá entender que com os filhos a gente vai ter problemas pelo resto da vida. É uma missão, não adianta fazer adoecer o corpo já no começo da empreitada.
Ela encolheu as pernas sobre a poltrona, largou seu corpo de forma relaxada sobre a cadeira, deu mais um sorriso, me parecendo fazer as pazes com a raiva que até então maltratava seu coração de mãe.

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