segunda-feira, 11 de julho de 2011

Distante do animal, mais perto do racional. Ih!

               Você quer brincar sua mãe não entende, são quatro da manhã, até mais cedo. Ela quer dormir, descansar, você quer  brincar. Você vivendo a vida animal, guiado por quem não sei, instinto é o que dizem, vontades não tens.
              Se zangas, choras, esperneias... tão cedo! Isto lá são horas de brincar? É madrugada, vai dormir! São momentos diferentes, idades idem, nenhuma sintonia. Mãe, filho, não vão se entender.
              Limites impor, faz parte da educação, do conduzir pra vida, distante do animal, mais perto do racional. Ih!
              Bem sucecer nesta empreitada não é mole não, tanto pra um quanto pro outro. Sei não!

Liberdade animal... Moreno e Coração...o rebanho está completo.

Moreno, filho de Pretinha, nasceu em 2011, tem quatro meses de idade.
Coração, filha de lavandeira, nasceu em 2011, tem quatro meses.

Tem filé e tá chegando mais...

               Meu pai era muito engraçado. Já na idade avançada, mesmo atravessando momentos difíceis, saúde precária, melhorava uma coisinha abria o sorriso e tome piada, causos os mais variados.  Costumava ir ao mercado e ficava conversando no balcão de carnes de um velho conhecido seu, era freguês costumeiro de um filé, toda semana levava uma peça inteira.
               - E aí, Feitosa, tem filé hoje?
               - Tem sim seu Pedro, pro senhor não falta.
              No mesmo instante se aproxima do box uma senhora bem arrumada e ele já ficou assanhado.
              Aí, na mesma hora, dispara:
              - Tem filé e tá chegando mais.
              - Mas este aí tem dono, num tá a venda não seu Pedro.
              Era a esposa do Feitosa.

Liberdade animal... Bordado e Mandala.

Bordado, filho de Lavandeira, nasceu em 2010.
Mandala, filho de Sim-Sim. Nascido em 2010.


domingo, 10 de julho de 2011

Liberdade animal... Sim-Sim.

         Vaca Sim-Sim. Este nome foi sugestão da minha irmã Cicera e tem a ver com uma mensagem muito bonita sobre Sim-Sim no Livro de Mirdad, a respeito da velhice. Num determinado trecho do livro Mirdad diz:
        "Pelas ribanceiras ainda soa e ressoa o eco do mavioso mugido de Sim-Sim. Nossas fontes ainda refletem o seu belo e amável rosto. Nosso solo ainda guarda, com ciúme, os inapagáveis rastos dos seus cascos. Nosso capim sente-se alegre em alimentar Sim-Sim. Nosso sol tem prazer em acariciá-la. Nossas brisas sentem-se felizes em deslizar sobre o seu pelo macio e brilhante. Mirdad agradece a oportunidade de a conduzir, pelo deserto da ancianidade e ser o seu guia para outros pastos e para a terra de outros sóis e outras brisas...
         Terrível carga é a velhice, tanto para o homem como para os animais; e os homens dobram o peso dessa carga pela sua cruel negligência. Para com a criança recém-nascida desfazem-se em cuidados e afeição, mas para um homem ou mulher curvados ao peso dos anos, reservam a sua indiferença, mais do que o seu cuidado; seu aborrecimento, mais do que a sua simpatia. Tão impacientes são em ver um recém-nascido crescer e tornar-se adulto, como em ver uma pessoa idosa ser engolida pela cova...
        É uma odiosa ingratidão deliciar-se com o leite de Sim-Sim, e, quando ela já não o pode mais produzir, entregar a sua garganta à faca do magarefe." 

Viagem à India...2.

               No dia 24 de Junho postei as primeiras considerações sobre minha primeira viagem à Índia. Agora quero compartilhar com vocês o segundo capítulo. 
              Cheguei em Puna no final da tarde, fui direto para o hotel, levava comigo algumas recomendações. Um hotel três estrelas, agradável. O que me chamou atenção nesta hospedagem foi o banho. Um banheiro bem espaçoso com água quente e fria, tudo normal. Junto do chuveiro, em baixo, um balde grande e uma caneca. Um pouco acima da altura do balde duas torneiras.   estranhei aquilo, mas logo percebi se tratar de um "banho de cuia" para determinados hóspedes, os mais ligados nas tradições. Aí me lembrei que na maioria das casas de minha cidade não existia água encanada pelo menos até a década de 1960, por aí, e o banho tradicional era mesmo de cuia. E eu gosto do banho de cuia, não fiz por menos, dosei a água no balde e me banhei como nos velhos tempos. Uma delícia! Depois, conheci hotéis mais luxuosos com banheiros similares. Muito comum também, mesmo em residências, são vasos sanitários rente com o chão, onde você faz suas necessidades acocorado. Bem, na Índia você vê de tudo.
              Depois do hotel fui fazer uma refeição leve no German Bacary, ponto de encontro de saniasins, os discípulos de Osho. Não encontrei nenhum conhecido. Quase todos os restaurantes oferecem no cardápio sopas, caldos. Tomei uma sopa bem gostosa e bem temperada e umas torradas. Muito cuidado porque na Índia as comidas são muito condimentadas e eles gostam muito de usar pimenta. Quase todos os pratos são naturalmente apimentados. Mesmo assim o garçon pergunta: - Spice? No spice era o que sempre respondia. Não gosto de pimenta e sofri muito por lá.
              Saindo do restaurante fui para o Ashram para meu primeiro contato com o Mestre. Infelizmente, os portões estavam fechados e tive de ficar do lado de fora com mais outros retardatários, esperando terminar o Satsang, encontro com o Mestre. Um pouco antes das sete horas da noite os portões são fechados e só são abertos ao término da cerimonia. Fiquei quietinho, como os demais, só ouvindo a música. O encontro é todo acompanhado por um conjunto musical bem animado. Nesta época estava lá o Nivedano, um discípulo brasileiro, acho que baiano, e as músicas eram quase todas em ritmo de samba. Osho gostava muito. Uma paz indescritível se apossou de mim tão logo sosseguei num cantinho, sentado ali no chão. Fiquei só curtindo. A presença de um Mestre vivo é necessária para despertar esta paz interior que tanto almejamos e que faz parte de nossa natureza, é a própria natureza nossa. Por mais que se fale, por mais que meditemos, por mais que pratiquemos assanas, mantras etc. a presença do Mestre vivo nos toca bem mais profundo, uma sintonia e eu fui abençoado pela presença de dois mestres vivos nas minhas duas viagens que fiz à Índia.
              Ao abrir os portões entrei no Ashram e fiquei deslumbrado com o lugar. Todo mundo de branco. O Buda Hall é o espaço onde se praticam as meditações. É bem amplo, coberto com uma espécie de lona translúcida, parecendo uma lona de circo. O encontro com o Mestre se dá neste espaço. Em volta muitas árvores, jardins, uma cachoeira artificial, um riachinho, os famosos cisnes, uma livraria com todos os livros do Osho e fitas k7 da época, restaurantes, uma maravilha. Mais para dentro uma área reservada, a residência de Osho, com um portão sempre fechado, onde só entravam os discípulos mais próximos. Em cima, um galo que cantava de hora em hora. Uma espécie de chamada à consciência, um toque do Mestre, um acordar. Era marcante o chamado.
              Tomei um "chai", um chá indiano com leite e especiarias, delicioso. Bem quente e acompanhado de biscoitos gostosos. Os restaurantes são muito aconchegantes com gente de todo o mundo. Predominava nesta época japoneses e alemães mas encontrei também muitos brasileiros. A comunicação se dava em inglês. O inglês do indiano complicava um pouco devido ao sotaque, mas dava para se comunicar.
              No espaço do Ashram existia o "Smooking Temple", local reservado aos fumantes e o Zorba Bar onde você encontrava todo tipo de bebida do mundo. Do wisky à champanhe. Osho não proibia nada, você é que deveria conhecer os seus limites.