segunda-feira, 23 de maio de 2011

Reflexos

A tartaruga seguia seu caminho matinal
em direção ao rio.
Costumava parar diante de uma pedra
                e ali ficava horas a fio, olhando aquela pedra.

Muitas vezes viu a pedra enraivecida,
               dia de pouca conversa, também não
                           se demorava, seguia em frente.

Quando a pedra ria
               ela mergulhava no seu
                           riso e até gargalhava.

Momentos de tristeza acontecia sempre que a
               pedra não lhe dava atenção, sofria.

Reflexos, aquela pedra lhe dizia tanto!
              Mostrava espaços que nem ela mesma
                          conhecia, o olhar da pedra
              era tão presente! Tão profundo!

Quantas vezes a tartaruga chegou ao rio
              chorando, outras vezes rindo, tomada
                          de uma loucura que nem mesmo
              o rio a reconhecia.

E aí, num mergulho desaparecia, a tartaruga
              e seus reflexos, em harmonia com
                          o rio, deixando correr dentro e fora,
              brincando de viver.

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