terça-feira, 29 de novembro de 2011

Muito obrigado Senhor!

               O homem não pode viver de forma saudável distante da natureza. Ela é o reflexo de sua própria existência mais profunda. Me considero uma pessoa abençoada. Nasci num sítio plantado pelo meu avô, onde ele fazia questão de manter viva a mata em volta da casa onde cheguei ao mundo. Fui criança neste paraíso.
         Fui expulso do Jardim do Éden em busca do conhecimento, precisava "vencer na vida", ser doutor. Conquistei uma profissão, Engenheiro Agrônomo, fui trabalhar em Brasília, técnico responsável pela produção de mudas de plantas para implantação das áreas verdes e ajardinamento da cidade mais moderna do mundo, ela estava nascendo, isto se deu no início do ano de 1970. 
         Depois de dez anos cuidando do verde de Brasília, fui convidado para lecionar na Universidade de Brasília, nos Departamentos de Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal, onde criei a disciplina Parques e Jardins e lecionei as disciplinas Dendrologia e Dasonomia, todas voltadas para o estudo e plantio das árvores e para os cuidados com os elementos vivos da paisagem. 
          O campus da UnB era todo arborizado e ali funcionava parte do meu laboratório prático de trabalho, onde lecionava sob as árvores, grande parte do conteúdo das disciplinas que lecionava. Aprender a reconhecer as árvores, papel importante dos estudantes de Engenharia Florestal nos primeiros semestres do curso. Ali eles tinham contato com as folhas, flores, troncos, cascas e todos os elementos dendrológicos necessários ao aprendizado. 
         Muitas vezes ficávamos sentados sob as árvores, preenchendo as fichas de reconhecimento das espécies, onde constavam todas as características importantes de cada espécie. Aprendia-se na prática, tocando, cheirando, visualizando cada detalhe importante que dava à planta sua identidade própria. Aroeiras, jatobás, amarelos, jacarandás, cássias, ipês, cambuís e uma infinidade de plantas, todas elas descritas e identificadas com a sua nomenclatura científica e nomes populares como eram conhecidas.
         Meu trabalho foi para mim o meu sustento e fonte de prazer. O meu laboratório eram as matas e cerrados da Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília, as áreas verdes do Campus e as áreas verdes da Cidade que ajudei a plantar. Sou muito grato à Existência por ter cuidado de me proporcionar uma vida de trabalho tão prazerosa. Posso dizer que cheguei ao Planeta como convidado especial de Deus. Muito obrigado Senhor!

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