sábado, 2 de julho de 2011

A festa de São Pedro terminou...

               A festa de São Pedro terminou, a cidade está calma, a praça da cidade desocupada, ela agora é nossa e está bastante ampla. Gosto da minha cidade quando ela está assim, me faz lembrar dos tempos de paz que vivíamos, quase não tínhamos veículos. Circulando à noite, nenhum. Havia apenas uma motocicleta de propriedade do Sr. Cazuza Tel. Éramos donos da cidade. Muita calma, muita paz.
               A praça era o ponto de encontro da criançada nas primeiras horas da noite e da garotada, adolescentes, iniciando namoricos e tomando assento nos bancos mais escondidos, no lado menos movimentado. Ali podiam pegar as mãos da namorada e arriscar uns beijinhos às escondidas. A vigilância familiar era muito acirrada. Os namoros eram muito controlados. Namoro com mais de um ano, com direito a frequentar a casa da noiva já era sinal de compromisso sério, um pulo para as alianças de noivado.

Programa de rádio... num tempo lá atrás.

               Por não se ter energia elétrica, não tínhamos geladeira e toda esta parafernália de eletrodomésticos que temos hoje. A única geladeira na cidade era movida a querozene e pertencia ao dono do bar na praça principal, o lugar mais movimentado e frequentado pelo público adulto. As crianças iam ali principalmente para comprar picolé, pequenos cubos congelados feitos com as frutas da época. Eram deliciosos.
               Rádio só nas casas das pessoas mais aquinhoadas e muito poucos, movidos a bateria. Era uma dificuldade sintonizar uma estação de rádio. Meu pai tinha o maior cuidado e movimentava o botão de sintonia bem devagar. Um programa que gostávamos muito era o "PRK30", um programa de humor, veja detalhes no seguinte endereço: ( http://www.aminharadio.com/radio/brasil_prk-30). A sala de estar da nossa casa ficava repleta de gente para assistir ao programa. Ouvíamos "Altamiro Carrilho e sua bandinha", também aos domingos e o programa  "balança mas não cai", com Paulo Gracindo, Brandão Filho, Lúcio Mauro e Sonia Mamede.
               Na minha cabeça de criança muita fantasia, imaginando os personagens com todos os detalhes. Meu pai sempre tinha a mim como companhia para assistir aos programas pois eu gostava muito. Me lembro muito bem do aparelho de rádio, gostava de olhar atrás pelas frestas empoeiradas a procura de pessoas pequeninas no seu interior. Ficava fascinado. Só ia dormir quando meu pai desligava o rádio e minha mãe me chamava para rezar. Ia direto para a rede, era um sono só.

Brincadeira de criança...num tempo lá atrás.

               Agora mesmo estava conversando com um conterrâneo que mora em São Paulo e que todos os anos, na época da festa do padroeiro São Pedro, vem para matar as saudades. Estávamos rememorando as passagens lá da infância aqui em Caririaçu.
               Quando éramos crianças, a energia elétrica era gerada por um motor que começava a funcionar as 6 horas da tarde e era desligado as 10 horas da noite. Antes de desligar, dava um sinal, apagava e acendia por três vezes seguidas. Em casa todos acendiam os candeeiros (lamparinas) ou velas e só íamos ter a energia elétrica no outro dia, no mesmo horário. Era uma luz fraca, com tensão bem variada, só mesmo para dar um certo conforta a população nas primeiras horas da noite. Com a energia, funcionava um serviço de autofalantes, a amplificadora, com várias caixas de som distribuidas nos pontos principais da cidade.
               Um fato interessante desta época e que guardo na memória, era uma brincadeira que a criançada gostava muito e era muito emocionante. À noite, na sala de jantar da minha casa, quando os adultos estavam distraídos conversando na calçada, as crianças, uns oito mais ou menos, davam-se as mãos e aquela mais corajosa segurava numa das mãos uma colher de metal e encostava no bocal da lâmpada, na parte metálica e uma descarga elétrica percorria o corpo da criançada, do primeiro ao último da fila. Como a tensão era baixa, nunca aconteceu nenhum problema grave, apenas um tremor na região do peito com uma sensação muito estranha e ao mesmo tempo emocionante. Nós éramos tão pequenos que a criança que tocava a lâmpada tinha de subir numa cadeira. Aquilo a gente fazia às escondidas e sempre ficava um a vigiar a porta da sala para avisar da chegada de uma pessoa adulta. Aí a turma disfarçava e aguardava a hora apropriada para continuar a brincadeira.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Você virá...

A folha da bananeira espalmada sobre
          minha cabeça me diz que você vai
                   voltar, me fazer companhia,
          alegrar meu dia.

A goiabeira do lado arremessa os galhos
          sobre o muro e fala baixinho aos
                   aos meus ouvidos da tua
          ternura, dos teus encantos.

Um pequenino pássaro, saltando nos 
          galhos da goiabeira, dita algumas
                   palavras que não consigo entender.

Meu coração me sossega,
          me acalma e parece querer me
                   dizer que você virá.

To touch you...

* Far from the prejudices, closer to love.


* Smile, it's something that flows.


* The question, tremendous start.


* Child, myself as well, playing.


* Conflict of each hurting everyone

I feel lonely...

I feel lonely, the streets of the life are now deserted.
No person, just a light breeze gently touching my heart.
A beating like this, tells me that I am not alone.