sábado, 2 de julho de 2011

Brincadeira de criança...num tempo lá atrás.

               Agora mesmo estava conversando com um conterrâneo que mora em São Paulo e que todos os anos, na época da festa do padroeiro São Pedro, vem para matar as saudades. Estávamos rememorando as passagens lá da infância aqui em Caririaçu.
               Quando éramos crianças, a energia elétrica era gerada por um motor que começava a funcionar as 6 horas da tarde e era desligado as 10 horas da noite. Antes de desligar, dava um sinal, apagava e acendia por três vezes seguidas. Em casa todos acendiam os candeeiros (lamparinas) ou velas e só íamos ter a energia elétrica no outro dia, no mesmo horário. Era uma luz fraca, com tensão bem variada, só mesmo para dar um certo conforta a população nas primeiras horas da noite. Com a energia, funcionava um serviço de autofalantes, a amplificadora, com várias caixas de som distribuidas nos pontos principais da cidade.
               Um fato interessante desta época e que guardo na memória, era uma brincadeira que a criançada gostava muito e era muito emocionante. À noite, na sala de jantar da minha casa, quando os adultos estavam distraídos conversando na calçada, as crianças, uns oito mais ou menos, davam-se as mãos e aquela mais corajosa segurava numa das mãos uma colher de metal e encostava no bocal da lâmpada, na parte metálica e uma descarga elétrica percorria o corpo da criançada, do primeiro ao último da fila. Como a tensão era baixa, nunca aconteceu nenhum problema grave, apenas um tremor na região do peito com uma sensação muito estranha e ao mesmo tempo emocionante. Nós éramos tão pequenos que a criança que tocava a lâmpada tinha de subir numa cadeira. Aquilo a gente fazia às escondidas e sempre ficava um a vigiar a porta da sala para avisar da chegada de uma pessoa adulta. Aí a turma disfarçava e aguardava a hora apropriada para continuar a brincadeira.

Um comentário:

  1. Vocês eram corajosos hein....rsrsrs
    Eu lembra que quando éramos criança dormiamos todos no mesmo quarto, mais quando o candinheiro se apagava, era uma gritaria só até pai ir acender.

    ResponderExcluir