sexta-feira, 1 de julho de 2011

Faço do meu despertar uma meditação...

               Acordo muito cedo, as quatro da manhã, algo dento de mim desperta. Permaneço de olhos fechados e faço uma viagem pelo meu corpo. Pé, pernas, vou subindo, barriga, tórax, braços, mãos, cada dedo, cabeça, couro cabeludo, orelhas...
               Me demoro em cada estação o necessário para afastar um pequeno mal estar, um incômodo, uma dorzinha, coisas próprias de um corpo de sessenta anos. Cada despertar é um novo percurso, seguindo sempre num ritmo suave, devagar, divagando... Lá fora um pássaro canta, trago o canto para dentro do meu caminhar. Um galo desperta no quintal do vizinho, um outro mais distante. Latido de cães, vento soprando na copa da árvore na minha janela, a natureza acordando junto.
               O ar entrando... O ar saindo... O ar entrando... O ar saindo... Observo o ritmo e fico nesta curtição, sem pressa, só observando. Tomo uma respiração profunda, estico uma perna, estico a outra... Estiro um braço, estiro o outro... Dou aquela espreguiçada, assim como fazem os gatos e abro os olhos suavemente, me abrindo para um novo dia.
Faço do meu despertar uma meditação...

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