domingo, 11 de setembro de 2011

Sou uma pessoa abençoada. Obrigado Existência!

          Passei o domingo com minha mãe, ela tem noventa e um aninhos, bem vividos. Amou muito meu pai, ele nos deixou há seis meses atrás. Ela morre de saudades. Hoje ela me disse que logo que entrei ela achou que fosse Pedrinho. Tão parecido! Disse-me ela.
          Eles ficaram casados por sessenta e nove anos, foi seu primeiro e único namorado. Alguns pretendentes, mas o amor por Pedrinho não deixou espaço no seu coração para mais ninguém. Ela foi sua companheira do dia a dia, nunca o deixou, em momento algum. Mulher lutadora minha mãe. Incansável, criou onze filhos, nascidos quase todos de onze em onze meses. Era uma fila de quatro meninos e sete meninas, uma escadinha, como se fala.
          Depois que voltei para morar em Caririaçu, assumi os cuidados com os dois, duas crianças que procurei cobrir de todos os carinhos. Foi a maior bênção da minha vida cuidar da saúde e bem estar dos dois. Ele se foi e ela morre de saudades, não esquece seu grande amor. Outro dia ela falava em voz alta: "Pedrinho, você foi e não veio me buscar ainda?
          Quero estar junto dela até seu último suspiro. Hoje dei um abraço nela, um beijo na testa e disse que gostaria de tê-la comigo por muito tempo ainda. Ela me disse: uma velha caducando! Minha mãe tem uma boa memória, sua mãe, minha avó Cícera nos deixou com noventa e seis anos. Lúcida até seu último dia aqui na terra. Antes de deixar o corpo ainda conversou com sua filha.
          Sou uma pessoa abençoada. Obrigado Existência!

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