sábado, 30 de julho de 2011

Paródias da vida quase real...dois

          Quase passada de tanto sofrer, triste pelos cantos, Helena não sabia mais o que fazer. Até mesmo a curva da estrada foi aos poucos sendo esquecida, raramente se dava o direito de lançar seu olhar naquela direção. De coração machucado, se refazendo aos poucos do golpe sofrido, deixou que a vida fizesse dela o que bem entendesse, se entregou como se costuma dizer.
          De semblante caído, palidez estampada na face, visivelmente abatida, cuidava dos afazeres da casa, quase de forma distraída, como se não estivesse viva. E não estava mesmo, parecia mais vegetar. Comia muito pouco, beliscava apenas o suficiente para cumprir com a obrigação, o costume. Sua mãe se compadecia do estado da filha e nada podia fazer.
         - Não foi falta de conselhos, aquele sujeito não presta, é costume dele fazer mal as moças e abandonar depois. Eu te falei, você não me ouve! Dizia sua mãe passando a mão na cabeça da filha, num abraço fraternal, próprio de quem já passou pela mesma situação. Certa vez segredou com uma amiga sobre um caso vivido no passado e sem querer Helena ouviu o cochicho das duas.
         Um problema dessa natureza pode estar acontecendo do lado da sua casa, na sua casa mesmo e você, muitas vezes, nem se dá conta. Ocupada com pequenas coisas, seu mundinho particular, satisfeita com o pouco que acontece com você, passa do lado sem querer se envolver e nem mesmo uma palavra amiga sai em direção ao outro. É melhor não se envolver. É correto agir assim?
         Deixo com você a resposta.

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