Bagaceira do Engenho - no final da tarde, começo da noite,
ponto de encontro dos cortadores de canas e de cambiteiros.
Muita lorota, conversa fiada, animação. Chupar cana na
bagaceira, fiz muito junto com a meninada.
Fui menino de engenho. Meu pai fazia três moagens por ano, uma no Sítio Flor, outra no Sítio Xavier e uma terceira no Sítio São Lourenço. Era uma festa para a meninada. Bebíamos garapa na fornalha numa cuia, comíamos raspas de rapadura na gamela, tirávamos alfinins na cana (puxa-puxa) e chupávamos cana na bagaceira - era um dia todo de guloseimas doces. Para salgar a boca, uma boa farofa que minha mãe servia aos trabalhadores no meio da tarde, com café. Nunca vou esquecer do cheiro da fornalha, com a garapa fervendo, borbulhando no tacho de engrossar o mel. Mel despejado na gamela, mexia-se sem parar até se tornar pastoso, pronto para ser cacheada a rapadura. Depois de fria, retirada das caixas e depositada num quarto reservado ao armazenamento. |
Amigo esse foi um tempo que só que viveu pode avaliar a significação de tudo isto que você sabilmente transcreve nas página do seu blog. E mais, fazendo assim, você está trazendo de volta as nossas lembranças aqueles bons tempos, que poucos tiveram o privilégio de vivê-lo.
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